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VIVÊNCIAS DE VULNERABILIDADES DE MULHERES ÀS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
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Documento
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2019_UVA_Dissertação_Samy Loraynn Oliveira Moura
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) representam um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo, que reverberam em consequências de natureza sanitária, social e econômica, causando verdadeiro impacto na qualidade de vida das pessoas, seja nas relações pessoais, familiares ou sociais. Teve como objetivo compreender as vivências de vulnerabilidades de mulheres às Infecções Sexualmente Transmissíveis na Atenção Primária à Saúde. Pesquisa exploratória e descritiva com abordagem qualitativa, desenvolvida entre o período de agosto de 2018 a outubro de 2019, em uma Unidade Básica de Saúde do município de Tururu - Ce. Participaram do estudo oito mulheres com faixa etária entre 21 a 44 anos e histórico prévio de IST. O desenvolvimento da coleta de informações se deu em tres etapas: busca dos participantes, visita domiciliar e entrevista. As entrevistas foram analisadas conforme a análise temática proposta por Bardin, das quais emergiram aspectos comuns que favoreceram a construção progressiva de tres categorias temáticas: conhecimentos, atitudes e práticas de mulheres com relação às IST; relações de gênero e poder que envolvem o universo da mulher com IST e percepção de mulheres quanto a sua vulnerabilidade as IST. Diante dos resultados encontrados percebeu-se que as mulheres possuem um conhecimento fragilizado sobre as IST, fator condicionante para as práticas sexuais desprotegidas. Associada a estas questões, a hegemonia masculina retrai as mulheres em posição de submissão, refletindo a forte influencia de gênero nas relações afetivas conjugais, não lhe dando o direito de livre escolha sobre sua vida sexual e reprodutiva, situação esta que dificulta o diálogo, a negociação de uma relação sexual segura, além de contribuir para que a mulher não se reconheça como um sujeito de direitos sexuais e reprodutivos. Constataram-se a baixa percepção e desconsideração das mulheres quanto à vulnerabilidade as IST. Elas acreditam que a possibilidade de adquirir IST está vinculada a comportamentos considerados desviantes, sendo provável apenas na vida de quem não vivencia um relacionamento estável. Desse modo, o principal desafio é traduzir as soluções para a superação dos diferentes contextos de vulnerabilidade das mulheres às ISTs, a partir da elaboração de políticas efetivas e ações concretas que assegurem o acesso aos programas de promoção e prevenção, disponíveis no sistema de saúde, com garantia de uma assistência holística e integral para a saúde da mulher.
Tipo de Documento
Dissertação
Curso
Mestrado
Título
VIVÊNCIAS DE VULNERABILIDADES DE MULHERES ÀS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Autor(a)
Samy Loraynn Oliveira Moura
Orientador(a)
Maria Adelane Monteiro da Silva
Palavras-chave
Vulnerabilidade em Saúde. Doença Sexualmente Transmissível. Mulheres. Atenção Primária à Saúde.
Resumo
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) representam um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo, que reverberam em consequências de natureza sanitária, social e econômica, causando verdadeiro impacto na qualidade de vida das pessoas, seja nas relações pessoais, familiares ou sociais. Teve como objetivo compreender as vivências de vulnerabilidades de mulheres às Infecções Sexualmente Transmissíveis na Atenção Primária à Saúde. Pesquisa exploratória e descritiva com abordagem qualitativa, desenvolvida entre o período de agosto de 2018 a outubro de 2019, em uma Unidade Básica de Saúde do município de Tururu - Ce. Participaram do estudo oito mulheres com faixa etária entre 21 a 44 anos e histórico prévio de IST. O desenvolvimento da coleta de informações se deu em tres etapas: busca dos participantes, visita domiciliar e entrevista. As entrevistas foram analisadas conforme a análise temática proposta por Bardin, das quais emergiram aspectos comuns que favoreceram a construção progressiva de tres categorias temáticas: conhecimentos, atitudes e práticas de mulheres com relação às IST; relações de gênero e poder que envolvem o universo da mulher com IST e percepção de mulheres quanto a sua vulnerabilidade as IST. Diante dos resultados encontrados percebeu-se que as mulheres possuem um conhecimento fragilizado sobre as IST, fator condicionante para as práticas sexuais desprotegidas. Associada a estas questões, a hegemonia masculina retrai as mulheres em posição de submissão, refletindo a forte influencia de gênero nas relações afetivas conjugais, não lhe dando o direito de livre escolha sobre sua vida sexual e reprodutiva, situação esta que dificulta o diálogo, a negociação de uma relação sexual segura, além de contribuir para que a mulher não se reconheça como um sujeito de direitos sexuais e reprodutivos. Constataram-se a baixa percepção e desconsideração das mulheres quanto à vulnerabilidade as IST. Elas acreditam que a possibilidade de adquirir IST está vinculada a comportamentos considerados desviantes, sendo provável apenas na vida de quem não vivencia um relacionamento estável. Desse modo, o principal desafio é traduzir as soluções para a superação dos diferentes contextos de vulnerabilidade das mulheres às ISTs, a partir da elaboração de políticas efetivas e ações concretas que assegurem o acesso aos programas de promoção e prevenção, disponíveis no sistema de saúde, com garantia de uma assistência holística e integral para a saúde da mulher.
Abstract
Sexually Transmitted Infections (STI) represent an important public health problem in Brazil and worldwide, which reverberate in health, social and economic consequences, causing a real impact on people's quality of life, whether in personal, family or social relationships. It aimed to understand the vulnerabilities experiences of women with Sexually Transmitted Infections in Primary Health Care. An exploratory and descriptive research with a qualitative approach, conducted between August 2018 and October 2019, in a Basic Health Unit of the city of Tururu - Ce. Eight women with ages ranging from 21 to 44 years and previous history of STI participated in the study. The development of information gathering took place in three stages: participant search, home visit and interview. The interviews were analyzed according to the thematic analysis proposed by Bardin, from which common aspects emerged that favored the progressive construction of three thematic categories: women's knowledge, attitudes and practices regarding STI; gender and power relations that involve the universe of women with STI and women's perception of their vulnerability to STI. Given the results found, it was noticed that women have a weak knowledge about STI, a conditioning factor for unprotected sexual practices. Associated with these issues, male hegemony retracts women in submission, reflecting the strong gender influence in marital affective relationships, not giving them the right to free choice over their sexual and reproductive life, which makes dialogue, negotiation of a safe sexual relationship, in addition to contributing to the woman not recognizing herself as a subject of sexual and reproductive rights. The low perception and disregard of women regarding the vulnerability to STIs were found. They believe that the possibility of acquiring STI is linked to behaviors considered deviant, being likely only in the life of those who do not experience a stable relationship. Thus, the main challenge is to translate the solutions to overcome the different contexts of women's vulnerability to STIs, through the elaboration of effective policies and concrete actions that ensure access to the promotion and prevention programs available in the health system, guaranteed holistic and comprehensive care for women's health.
Linha de Pesquisa
Promoção da Saúde
Ano Defesa
2019
Nucleadora
Instituição
UVA
UF
CE