Danyela dos Santos Lima
A automutilação consiste em comportamentos autolesivos deliberados, repetitivos e intencionais, em busca do alívio a uma dor psíquica ou punitiva. Embora, em grande parte, não seja fatal, essa prática apresenta maior risco de suicídio, estando muito presente em adolescentes e jovens. Devido à grande dificuldade de captação desse público nos serviços de saúde, a escola é vista como local estratégico para alcance
de indivíduos que se automutilam, e o professor, como agente-chave na identificação precoce de casos, abordagem e prestação de orientações. Diante disso, este estudo objetivou capacitar professores de escolas públicas para identificação e abordagem de adolescentes em automutilação, como condução para os devidos encaminhamentos. Trata-se de pesquisa-intervenção, com abordagem qualitativa, desenvolvida em forma de curso de capacitação, ofertado de forma 100% on-line. Teve como público-alvo 18 professores e aconteceu durante os meses de junho e julho de 2022, por meio de encontros semanais, no horário noturno, através da plataforma Google Meet. O processo de ensino-aprendizagem
trouxe como base teórica a educação problematizadora de Paulo Freire e o conteúdo programático foi baseado nas cartilhas de prevenção de automutilação publicadas pelo Ministério da Saúde. O presente estudo seguiu as normas e diretrizes da Resolução N° 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde. A coleta de dados foi realizada mediante instrumentos avaliativos ao final de cada encontro e análise dos dados pela codificação temática de Flick (2009). Durante a capacitação, cada participante contou com um caderno de apoio do discente, elaborado durante o estudo, constando atividades síncronas e assíncronas que resultaram na certificação de 120h, chancelada pela Pró-reitoria de Extensão da Universidade Estadual Vale do Acaraú. Dentre as atividades desenvolvidas, os sujeitos realizaram em grupos a construção de um protocolo escolar para casos de violência autoprovocada, como proposta para as escolas onde atuavam e o preenchimento da ficha de notificação de violência interpessoal e autoprovocada do SINAN, a partir de casos fictícios contidos no caderno do discente. O último encontro foi marcado pelo Webnário:
“Enfrentamento da automutilação no contexto escolar.” Ao fim do curso, os participantes responderam a um instrumento on-line de avaliação global de conhecimentos, contendo questões de múltipla escolha e cada um dos sujeitos deveriam acertar, no mínimo, 70% das questões do instrumento para receber a certificação. Concluiu-se que identificar adolescentes em risco é o principal meio para elaboração de estratégias de enfrentamento e prevenção do comportamento autolesivo. Reafirma-se, portanto, a necessidade da preparação das escolas para lidar com casos de automutilação e da capacitação de professores para o enfretamento desse fenômeno.
PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL NA ESCOLA: CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES PARA ENFRENTAMENTO DO FENÔMENO DA AUTOMUTILAÇÃO
Autor(a)
Danyela dos Santos Lima
Orientador(a)
Eliany Nazaré Oliveira
Palavras-chave
capacitação de professores; automutilação; escolares.
Resumo
A automutilação consiste em comportamentos autolesivos deliberados, repetitivos e intencionais, em busca do alívio a uma dor psíquica ou punitiva. Embora, em grande parte, não seja fatal, essa prática apresenta maior risco de suicídio, estando muito presente em adolescentes e jovens. Devido à grande dificuldade de captação desse público nos serviços de saúde, a escola é vista como local estratégico para alcance
de indivíduos que se automutilam, e o professor, como agente-chave na identificação precoce de casos, abordagem e prestação de orientações. Diante disso, este estudo objetivou capacitar professores de escolas públicas para identificação e abordagem de adolescentes em automutilação, como condução para os devidos encaminhamentos. Trata-se de pesquisa-intervenção, com abordagem qualitativa, desenvolvida em forma de curso de capacitação, ofertado de forma 100% on-line. Teve como público-alvo 18 professores e aconteceu durante os meses de junho e julho de 2022, por meio de encontros semanais, no horário noturno, através da plataforma Google Meet. O processo de ensino-aprendizagem
trouxe como base teórica a educação problematizadora de Paulo Freire e o conteúdo programático foi baseado nas cartilhas de prevenção de automutilação publicadas pelo Ministério da Saúde. O presente estudo seguiu as normas e diretrizes da Resolução N° 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde. A coleta de dados foi realizada mediante instrumentos avaliativos ao final de cada encontro e análise dos dados pela codificação temática de Flick (2009). Durante a capacitação, cada participante contou com um caderno de apoio do discente, elaborado durante o estudo, constando atividades síncronas e assíncronas que resultaram na certificação de 120h, chancelada pela Pró-reitoria de Extensão da Universidade Estadual Vale do Acaraú. Dentre as atividades desenvolvidas, os sujeitos realizaram em grupos a construção de um protocolo escolar para casos de violência autoprovocada, como proposta para as escolas onde atuavam e o preenchimento da ficha de notificação de violência interpessoal e autoprovocada do SINAN, a partir de casos fictícios contidos no caderno do discente. O último encontro foi marcado pelo Webnário:
“Enfrentamento da automutilação no contexto escolar.” Ao fim do curso, os participantes responderam a um instrumento on-line de avaliação global de conhecimentos, contendo questões de múltipla escolha e cada um dos sujeitos deveriam acertar, no mínimo, 70% das questões do instrumento para receber a certificação. Concluiu-se que identificar adolescentes em risco é o principal meio para elaboração de estratégias de enfrentamento e prevenção do comportamento autolesivo. Reafirma-se, portanto, a necessidade da preparação das escolas para lidar com casos de automutilação e da capacitação de professores para o enfretamento desse fenômeno.
Abstract
Self-mutilation consists of deliberate, repetitive and intentional self-harming behaviors in search of relief from psychic pain or in a punitive way. Although largely non-fatal, such a practice carries a higher risk of suicide. Being very present in adolescents and young people and due to the great difficulty in attracting this public in health services, the school is seen as a strategic place to reach individuals who self-mutilate, and the teacher as a key agent in the early identification of cases, approach and providing guidance. Therefore, this study aimed to train teachers to identify and approach students in self-mutilation and necessary referrals. This is an intervention research with a qualitative approach, developed in the form of a training course offered 100% online. It had 18 teachers as its target audience and took place during the months of June and July 2022, through weekly meetings at night, through the Google meet platform. The teaching-learning process brought Paulo Freire's problematizing education as a theoretical basis and all program content was based on the self-harm prevention booklets published by the Ministry of Health. This study followed all the norms and guidelines of Resolution No. 466/ 2012, from National Health Council. Data collection was carried out through evaluative instruments at the end of each meeting and data analysis will be carried out through thematic coding according to Flick (2009). During the training, each participant told the student's support notebook, containing synchronous and asynchronous activities that resulted in a certification of 120 hours approved by the Dean of Extension of the Universidade Estatual Vale do Acaraú. Among these activities, the subjects carried out in groups the construction of a school protocol for cases of self-inflicted violence, as a proposal for the schools where they worked, and the filling of the SINAN interpersonal and self-inflicted violence notification form based on fictitious cases contained in the student notebook. The last meeting was scheduled by Webnário: “Facing Self-Mutilation in the School Context.” At the end of the course, the participants answered an online instrument of global assessment of knowledge, containing multiple-choice questions and each of the subjects had to correctly answer at least 70% of the questions in the instrument to receive the certification. It was concluded that identifying adolescents at risk is the main means for developing coping strategies and preventing self-injurious behavior. This reaffirms the need to prepare schools to deal with cases of self-mutilation and to train teachers to face this phenomenon.
