2022_FIOCRUZ CEARÁ_Dissertação_Georgea Bezerra Carvalho
Trata-se de um ensaio clínico, aleatorizado, prospectivo, sem cegamento, realizado em uma unidade de atenção primária à saúde, localizada na cidade de FortalezaCE. O estudo teve como objetivo avaliar o efeito de uma intervenção educativa online centrada no apoio social da pessoa com diabetes tipo 2 para prevenção do pé diabético A amostra foi de 126 pessoas com diabetes e seu respectivo apoio social, totalizando 252 participantes. A alocação dos grupos foi do tipo aleatória simples, a partir de um software estatístico. Aos participantes caracterizados como apoio social do grupo intervenção foram enviadas, três vezes na semana, informações educativas por meio do aplicativo WhatsApp, durante oito semanas. O material enviado consistiu em mensagens com infográficos sobre prevenção do pé diabético com informações adaptadas para o apoio social. O grupo controle seguiu no acompanhamento usual prestado na unidade de saúde. Os grupos (controle e intervenção) passaram por duas avaliações, uma basal e outra ao final do estudo. A primeira compreendeu os dados sociodemográficos, características do cuidado e conhecimento sobre prevenção do pé diabético, enquanto a avaliação final consistiu na aplicação do questionário de conhecimento. Nas pessoas com diabetes foram analisados os dados sociodemográficos, clínicos e laboratoriais somente na fase inicial do estudo. Na análise da comparação dos grupos foi utilizado o teste quiquadrado e Fisher para as variáveis independentes, já a comparação entre os grupos da variável desfecho se deu pelo teste T de Student. A análise do efeito da intervenção educativa on-line se deu por meio do teste de Mann Whitney e a comparação das médias do conhecimento intragrupo foi realizada utilizando o teste Wilxcom. O estudo foi enviado à Plataforma Brasil e aprovado pelo Comitê de Ética com protocolo nº 4.787.359. Ao comparar os grupos, os resultados foram semelhantes. Entre as pessoas com DM2, a maioria era do sexo feminino, casada, com a idade média de 61,8 anos, poucos anos de estudo formal, de baixa renda e com nível de HbA1c acima do recomendado. Em relação ao apoio social, a predominância foi de mulheres, casadas, com idade média de 42 anos, que cursaram o ensino médio completo ou superior incompleto e prestavam algum tipo de assistência diariamente ao seu genitor. Em referência ao conhecimento do apoio social sobre a prevenção do pé diabético, constatou-se que o grupo intervenção obteve uma média de acertos maior no questionário de conhecimento, porém não foi possível identificar uma associação significativa antes e após a intervenção. Concluise que não houve melhora do conhecimento estatisticamente significante. No entanto, é possível afirmar que o modelo de intervenção proposto no presente estudo gerou aumento do conhecimento do apoio social sobre a prevenção do pé diabético. Além disso, a elaboração dos infográficos direcionados ao apoio social ampliou as possibilidades de disseminação de informações a esse público através das mídias sociais, no entanto, faz-se necessária a avaliação de seu efeito em diferentes contextos.
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