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VULNERABILIDADES DE MULHERES ÀS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NA PERSPECTIVA DAS RELAÇÕES DE GÊNERO: PESQUISA- AÇÃO COM ENFERMEIROS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
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Francisco Antonio de Sousa
Introdução: A saúde sexual e reprodutiva da mulher é um direito garantido, porém envolta de papéis e comportamentos tradicionalmente repassados para homens e mulheres que fortalecem e naturalizam as desigualdades de gênero, predispondo a potencialização da vulnerabilidade da população feminina às Infecções Sexualmente Transmissíveis. Os enfermeiros da Atenção Primária à Saúde têm um papel de destaque na assistência, prevenção e tratamento dessas infecções, contudo têm dificuldades em abordar assuntos que envolvam as relações de gênero e sexualidade, reduzindo e fragmentando a atenção à saúde sexual e reprodutiva da mulher. Objetivo: Analisar a concepção e abordagem dos enfermeiros da Atenção Primária à Saúde acerca das relações de gênero como elemento da vulnerabilidade das mulheres às Infecções Sexualmente Transmissíveis. Método: Trata-se de um estudo do tipo Pesquisa-ação, fundamentado na proposta teórico-metodológica de Thiollent (2011), que foi desenvolvido entre os meses de abril a agosto de 2022, com 08 (oito) enfermeiros da Atenção Primária à Saúde. As informações foram coletadas por meio de entrevistas semiestruturadas e 03 (três) oficinas temáticas, e submetidas à Análise Temática Reflexiva proposta por Braun e Clarke (2013). Resultados: Os enfermeiros da APS têm limitações e dificuldades em serviço para abordarem sobre ações e conceitos relacionados a sexo, sexualidade e gênero nos atendimentos às mulheres. Não têm uma percepção clara e consciente sobre as relações de gênero, e muitos confundem com orientação sexual. Não percebem as relações de gênero como fator de vulnerabilidade das mulheres às IST, ou até mesmo que não podem contribuir para tal exposição e risco; assim como uma visão reducionista de vulnerabilidade das mulheres às IST relacionada à adoção de comportamentos de risco. Identificou-se a fragmentação do cuidado e atenção à saúde da mulher centralizada no aspecto reprodutivo e programático com oferta de anticoncepcionais, exames citopatológico de colo uterino e consultas de pré-natal. Conclusão: É necessária a qualificação profissional em âmbito individual e coletivo, podendo ser estratégia eficaz na desconstrução do imaginário individual e social de iniquidade de gênero, para que possam desenvolver ações, intervenções, percepções e abordagens das relações de gênero no atendimento ofertado às mulheres por parte dos enfermeiros da APS a fim de romper com a fragmentação do cuidado à saúde da mulher, assim como estratégias para superar o contexto de risco e vulnerabilidade das mulheres às IST.
Tipo de Documento
Dissertação
Curso
Mestrado
Título
VULNERABILIDADES DE MULHERES ÀS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NA PERSPECTIVA DAS RELAÇÕES DE GÊNERO: PESQUISA- AÇÃO COM ENFERMEIROS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Autor(a)
Francisco Antonio de Sousa
Orientador(a)
Maria Adelane Monteiro da Silva
Palavras-chave
Gênero e Saúde. Vulnerabilidade em Saúde. Infecções Sexualmente Transmissíveis. Atenção Primária à Saúde. Enfermeiros.
Resumo
Introdução: A saúde sexual e reprodutiva da mulher é um direito garantido, porém envolta de papéis e comportamentos tradicionalmente repassados para homens e mulheres que fortalecem e naturalizam as desigualdades de gênero, predispondo a potencialização da vulnerabilidade da população feminina às Infecções Sexualmente Transmissíveis. Os enfermeiros da Atenção
Primária à Saúde têm um papel de destaque na assistência, prevenção e tratamento dessas infecções, contudo têm dificuldades em abordar assuntos que envolvam as relações de gênero e sexualidade, reduzindo e fragmentando a atenção à saúde sexual e reprodutiva da mulher. Objetivo: Analisar a concepção e abordagem dos enfermeiros da Atenção Primária à Saúde acerca das relações de gênero como elemento da vulnerabilidade das mulheres às Infecções Sexualmente Transmissíveis. Método: Trata-se de um estudo do tipo Pesquisa-ação, fundamentado na proposta teórico-metodológica de Thiollent (2011), que foi desenvolvido entre os meses de abril a agosto de 2022, com 08 (oito) enfermeiros da Atenção Primária à Saúde. As informações foram coletadas por meio de entrevistas semiestruturadas e 03 (três) oficinas temáticas, e submetidas à Análise Temática Reflexiva proposta por Braun e Clarke
(2013). Resultados: Os enfermeiros da APS têm limitações e dificuldades em serviço para abordarem sobre ações e conceitos relacionados a sexo, sexualidade e gênero nos atendimentos às mulheres. Não têm uma percepção clara e consciente sobre as relações de gênero, e muitos confundem com orientação sexual. Não percebem as relações de gênero como fator de vulnerabilidade das mulheres às IST, ou até mesmo que não podem contribuir para tal exposição e risco; assim como uma visão reducionista de vulnerabilidade das mulheres às IST relacionada à adoção de comportamentos de risco. Identificou-se a fragmentação do cuidado e atenção à saúde da mulher centralizada no aspecto reprodutivo e programático com oferta de anticoncepcionais, exames citopatológico de colo uterino e consultas de pré-natal. Conclusão: É necessária a qualificação profissional em âmbito individual e coletivo, podendo ser estratégia eficaz na desconstrução do imaginário individual e social de iniquidade de gênero, para que
possam desenvolver ações, intervenções, percepções e abordagens das relações de gênero no atendimento ofertado às mulheres por parte dos enfermeiros da APS a fim de romper com a fragmentação do cuidado à saúde da mulher, assim como estratégias para superar o contexto de risco e vulnerabilidade das mulheres às IST.
Abstract
Introduction: Women's sexual and reproduction health is a guaranteed right, nevertheless it's attached by roles and behaviors traditionally transmitted to women and men, whom strengthen and foster gender inequalities, indoctrinating the perennialization of female's population vulnerabilities to Sexually Transmitted Infections (STI). Primary Health Care (PHC) nurses have an outstanding performance on the assistance, prevention and treatment of these infections, nonetheless they have dilemmas in appreciation some issues involving gender and sexuality relations, reducing and shredding attention for women's sexual and reproductive health. Objective: To analyze the concept and approach of Primary Health Care nurses concerning gender relations as an element of women vulnerability to STI. Method: This is an Action Research Study, based on the Theoretical-Methodological Proposal of Thiollent (2011), that was developed between April and August 2022, with eight nurses from PHC. Information was collected through semi-structured interviews and three thematic workshops, and then submitted to Reflective Theoretical Analysis proposed by Braun and Clarke (2013). Results: PHC nurses have some bounds and snags to approach actions and concepts related to sex, sexuality and gender when providing assistance to women. They don't have a clear and conscious perception of gender relations, many of whom have confusing it to sexual orientation. they even don't see gender relations as a vulnerability factor to STI's for women, or that those STI's can contribute to such exposure and risk, imprinting as well a reductionist opinion that women's vulnerability is related to risky behaviors. The fragmentation of care was identified and attention to women's health was then noticed, focused on the reproductive and programmatic aspects, offering contraceptives, cytopathological exams of the uterine cervix and prenatal consults. Conclusion: Professional qualification is necessary at the individual and collective levels, and can be an effective strategy in deconstructing the individual and social imaginary of gender inequity, so that they can develop actions, interventions, perceptions and approaches to gender relations in the care offered to women by health professionals. PHC nurses in order to break with the fragmentation of women's health care, as well as strategies to overcome the context of risk and vulnerability of women to STIs.
Linha de Pesquisa
Promoção da Saúde
Ano Defesa
2023
Nucleadora
Instituição
UVA
UF
CE