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PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES: PERCEPÇÕES DE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
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Documento
Tipo de Documento
Dissertação
Curso
Mestrado
Título
PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES: PERCEPÇÕES DE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Autor(a)
João Carlos Barbosa Cavalcante
Orientador(a)
Maria Irismar de Almeida
Palavras-chave
Terapias Complementares. Pessoal de Saúde. Atenção Primária à Saúde.
Resumo
O objetivo do presente estudo foi analisar as percepções dos profissionais da Atenção Primária de Saúde (APS) em relação às Práticas Integrativas e Complementares (PIC). Realizou-se um estudo descritivo com profissionais da saúde de nível superior da APS do município de Caucaia. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário composto por questões abertas e fechadas. Os dados foram processados por meio do Programa SPSS versão 20. Foi realizada análise descritiva dos dados, análise de qui quadrado e análise lexical das questões abertas. Dos 174 profissionais de saúde participantes do estudo, verificou-se que a maioria era do sexo feminino (n=130, 74,7%) na faixa etária de 31 a 40 anos (n=91, 52,3%). Em relação à categoria profissional, as mais prevalentes foram enfermeiros (n=74, 42,5%), médicos (n=53, 30,5%) e dentistas (n=25, 14,4%). Quando questionados quanto ao conhecimento sobre as PIC, 164 (94,3%) participantes da pesquisa declararam positivamente. Sendo a acupuntura a mais conhecida pelos profissionais (n=161, 92,5%). A maioria dos profissionais considera as PIC eficientes (n= 160, 92,0%), que as concepções que possuem sobre as PIC estão relacionadas ao ensino de graduação (n=92, 52,9%), 163 (93,7%) consideraram que estas práticas devem ser inseridas nos cursos de graduação e 162 (93,1%) na pós-graduação. A maioria dos profissionais teve experiência com as PIC através de leitura e/ou reportagem sobre o assunto (n=103, 59,2%), 18,4% (n=32) afirmaram já utilizar as PIC na assistência aos pacientes, e a mais utilizada é plantas medicinais / fitoterapia (n=15, 8,6%). Somente 25 (14,4%) afirmaram ter participado de capacitação e/ou especialização em PIC, todavia 94,8% (n=165) consideram que as PIC podem contribuir para sua vida profissional. Além disso, 161 (92,5%) apontaram também que as PIC são importantes para a atenção em saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) e esse mesmo percentual considera necessária a inserção das PIC na unidade de saúde que atua, bem como 144 (82,8%) afirmaram que há interesse dos usuários por essas práticas. Vale destacar que 27 (15,6%) dos profissionais também afirmaram já existir essas práticas em pelo menos uma Unidade Básica de Saúde (UBS), sendo a mais frequente a auriculoterapia (n=19, 70,4%). Sobre a Política Nacional das PIC, somente 41 (23,8%) dos participantes declararam conhecer. Afirmar sim, quando questionados se consideram as PIC importantes para a atenção à saúde no SUS, demonstrou correlação com o tempo de serviço (p=0,0001) e entre aqueles que afirmaram que as PIC podem contribuir para sua vida profissional (p=0,000). Assim como utilizá-las na assistência aos pacientes foi associado à experiência na pós-graduação, ter se submetido às PIC ou o familiar e ter participado de capacitação sobre PIC. Na análise lexical sobre a importância das PIC para atenção à saúde foram identificadas quatro classes: tratamento, opção terapêutica, acesso e melhor vínculo. O presente trabalho, constatou um ambiente favorável entre gestores das UBS e profissionais da assistência para a inclusão das PIC na APS municipal. Foram identificadas necessidades de intervenções educativas, tanto para conhecimento e utilização efetiva dessas práticas, bem como das lacunas de conhecimento sobre a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC).
Abstract
The aim of the present study was to analyze the perceptions of professionals of Primary Health Care (PHC) regarding Integrative and Complementary Practices (ICP). An exploratory cross-sectional study was conducted with health professionals from the PHC of Caucaia. For data collection, a questionnaire consisting of open and closed questions was used. Data were processed using the SPSS version 20 Program. Descriptive data analysis, chi-square analysis and lexical analysis of open questions were performed. Of the 174 health professionals participating in the study, it was found that most were female (n= 130, 74.7%) aged 31 to 40 years (n = 91, 52.3%). Regarding the professional category, the most prevalent were nurses (n = 74, 42.5%), doctors (n = 53, 30.5%) and dentists (n = 25, 14.4%). When asked about the knowledge about the ICPs, 164 (94.3%) survey participants stated positively. Acupuncture being the best known by professionals (n = 161, 92.5%). Most professionals consider ICPs efficient (n = 160, 92.0%), whereas their conceptions about ICPs are related to undergraduate education (n = 92, 52.9%), 163 (93.7%) considered that these practices should be included in undergraduate and 162 (93.1%) postgraduate courses. Most professionals had experience with ICPs through reading and / or reporting on the subject (n= 103, 59.2%), 18.4% (n = 32) said they already use ICPs in patient care, and most used is medicinal plants / herbal medicine (n = 15, 8.6%). Only 25 (14.4%) stated that they participated in training and / or specialization in ICPs, however 94.8% (n = 165) consider that ICPs can contribute to their professional life. In addition, 161 (92.5%) also indicate that ICPs are important for health care in the Unified Health System (SUS) and this same percentage considers it necessary to include ICPs in the health unit that operates, as well as 144 (82.8%) stated that users are interested in these practices. It is noteworthy that 27 (15.6%) of professionals also stated that these practices already existed in at least one Basic Health Unit (BHU), the most frequent being auriculotherapy (n = 19, 70.4%). Regarding the PIC National Policy, only 41 (23.8%) of the participants declared to know. To say yes, when asked if they consider ICPs important for health care in SUS showed correlation with length of service (p = 0.0001) and among those who stated that ICPs can contribute to their professional life (p = 0.000). Just as using them in patient care was associated with postgraduate experience, having undergone ICP or the family member and having participated in ICP training. In the lexical analysis of the importance of ICPs for health care, identified four classes: treatment, therapeutic option, access and better bond. This paper demonstrates a favorable environment between PHC managers and care professionals for the inclusion of ICPs in municipal PHC. Needs for educational interventions identified, in both knowledge and effective use of these practices, as well as knowledge gaps about the National Policy for Integrative and Complementary Practices (PNPIC).
Linha de Pesquisa
Atenção e Gestão do cuidado em saúde
Ano Defesa
2019
Nucleadora
Instituição
UECE
UF
CE