-
LITERACIA PARA A SAÚDE DE MÃES E VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NA ATENÇÃO PRÉ-NATAL
- Voltar
Documento
-
Valeska Macêdo Cruz Cordeiro
A literacia para a saúde (LS) é definida como a capacidade de o indivíduo obter informações, processá-la e interpretá-la, para tomar decisões saudáveis. Tem sido associada ao empoderamento e à autonomia no cuidado em saúde e está contemplada em três dimensões: funcional, comunicativa e crítica. No tocante a LS materna, ela pode ser compreendida como a habilidade cognitiva e social que incentiva e prepara a mulher para entender e utilizar a informação recebida, de modo a identificar fatores de risco, adotar um estilo de vida saudável, promover e manter a sua saúde e a dos seus filhos. Durante o pré-natal é imprescindível abordar questões relacionadas ao período. É nesse momento, oportuno para o esclarecimento de dúvidas, informações, esclarecer adversidades que podem vir acontecer. Dentre essas adversidades está à violência obstétrica, definida como qualquer conduta, ato ou omissão realizado por profissionais de saúde de instituição pública, ou privada, que causa a apropriação indevida dos processos corporais e reprodutivos das mulheres. O presente estudo objetivou analisar a literacia para a saúde de mães sobre violência obstétrica na atenção pré-natal. Trata-se de um estudo transversal, analítico com abordagem quantitativa, no qual teve a participação de 188 mulheres. O período da coleta foi entre os meses de janeiro a maio de 2022. Após a coleta, os dados foram tabulados no software Excel, posteriormente transferidos para o software Epi Info, versão 7.2.5 para Windows, inicialmente foi realizada a análise descritiva de todas as variáveis, frequências absolutas e relativas. Em seguida, investigou-se a relação entre as variáveis explicativas e a de desfecho, literacia para a saúde, por meio do teste Qui-quadrado para dependência, ao nível de 0,05 de significância. Procedeu-se à análise gráfica para apresentação dos dados sociodemográficos, histórico obstétrico, violência obstétrica e do questionário europeu de literacia para a saúde. Identificou-se que (40,4%) das mulheres participantes apresentaram nível de LS suficiente, seguida de (37,8%) literacia problemática, inadequada (11,2%) e por último a literacia excelente (10,6%). Em relação ao conhecimento das mulheres sobre violência obstétrica (62,2%) responderam saber o que era uma violência obstétrica. Sobre as relações estabelecidas entre os dados sociodemográficos, obstétrico e literacia observou-se que a escolaridade, renda mensal, apresentaram relevância estatística no resultado do nível de literacia para a saúde. Esses resultados apontam para a urgente necessidade de discussão da temática apresentada e sensibilização cada vez mais no período gravídico-puerperal, em atenção especial no pré-natal, que se configura como um momento oportuno para essas informações. Cada vez mais devem ser estimuladas pesquisas nessa área, que gerem impacto na assistência à saúde e que possa servir de subsídios para planejamento de políticas públicas direcionadas ao enfrentamento desse fenômeno.
Tipo de Documento
Dissertação
Curso
Mestrado
Título
LITERACIA PARA A SAÚDE DE MÃES E VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NA ATENÇÃO PRÉ-NATAL
Autor(a)
Valeska Macêdo Cruz Cordeiro
Orientador(a)
Milena Silva Costa
Palavras-chave
Violência Obstétrica; Literacia para a saúde; Promoção da saúde.
Resumo
A literacia para a saúde (LS) é definida como a capacidade de o indivíduo obter informações, processá-la e interpretá-la, para tomar decisões saudáveis. Tem sido associada ao empoderamento e à autonomia no cuidado em saúde e está contemplada em três dimensões: funcional, comunicativa e crítica. No tocante a LS materna, ela pode ser compreendida como a habilidade cognitiva e social que incentiva e prepara a mulher para entender e utilizar a informação recebida, de modo a identificar fatores de risco, adotar um estilo de vida saudável, promover e manter a sua saúde e a dos seus filhos. Durante o pré-natal é imprescindível abordar questões relacionadas ao período. É nesse momento, oportuno para o esclarecimento de dúvidas, informações, esclarecer adversidades que podem vir acontecer. Dentre essas adversidades está à violência obstétrica, definida como qualquer conduta, ato ou omissão realizado por profissionais de saúde de instituição pública, ou privada, que causa a apropriação indevida dos processos corporais e reprodutivos das mulheres. O presente estudo objetivou analisar a literacia para a saúde de mães sobre violência obstétrica na atenção pré-natal. Trata-se de um estudo transversal, analítico com abordagem quantitativa, no qual teve a participação de 188 mulheres. O período da coleta foi entre os meses de janeiro a maio de 2022. Após a coleta, os dados foram tabulados no software Excel, posteriormente transferidos para o software Epi Info, versão 7.2.5 para Windows, inicialmente foi realizada a análise descritiva de todas as variáveis, frequências absolutas e relativas. Em seguida, investigou-se a relação entre as variáveis explicativas e a de desfecho, literacia para a saúde, por meio do teste Qui-quadrado para dependência, ao nível de 0,05 de significância. Procedeu-se à análise gráfica para apresentação dos dados sociodemográficos, histórico obstétrico, violência obstétrica e do questionário europeu de literacia para a saúde. Identificou-se que (40,4%) das mulheres participantes apresentaram nível de LS suficiente, seguida de (37,8%) literacia problemática,
inadequada (11,2%) e por último a literacia excelente (10,6%). Em relação ao conhecimento das mulheres sobre violência obstétrica (62,2%) responderam saber o que era uma violência obstétrica. Sobre as relações estabelecidas entre os dados sociodemográficos, obstétrico e literacia observou-se que a escolaridade, renda mensal, apresentaram relevância estatística no resultado do nível de literacia para a saúde. Esses resultados apontam para a urgente necessidade de discussão da temática apresentada e sensibilização cada vez mais no período gravídico-puerperal, em atenção especial no pré-natal, que se configura como um momento oportuno para essas informações. Cada vez mais devem ser estimuladas pesquisas nessa área, que gerem impacto na assistência à saúde e que possa servir de subsídios para planejamento de
políticas públicas direcionadas ao enfrentamento desse fenômeno.
Abstract
Health literacy (HL) is defined as the individual's ability to obtain information, process and interpret it, in order to make healthy decisions. It has been associated with empowerment and autonomy in health care and is contemplated in three dimensions: functional, communicative and critical. Regarding maternal HL, it can be understood as the cognitive and social skill that encourages and prepares women to understand and use the information received, in order to identify risk factors, adopt a healthy lifestyle, promote and maintain their health. health and that of your children. During prenatal care, it is essential to address issues related to the period. It is at that moment, opportune for the clarification of doubts, information, to clarify adversities that may happen. Among these adversities is obstetric violence, defined as any conduct, act or omission performed by health professionals from a public or private institution, which causes the misappropriation of women's bodily and reproductive processes. The present study aimed to analyze the health literacy of mothers about obstetric violence in prenatal care. This is a cross-sectional, analytical study with a quantitative approach, in which 188 women participated. The collection period was from January to May 2022. After collection, data were tabulated in Excel software, later transferred to Epi Info software, version 7.2.5 for Windows, initially a descriptive analysis of all the variables, absolute and relative frequencies. Then, the relationship between the explanatory variables and the outcome variables, health literacy, was investigated using the chi-square test for dependence, at a 0.05 significance level. Graphic analysis was performed to present sociodemographic data, obstetric history, obstetric violence and the European Health Literacy Questionnaire. It was identified that (40.4%) of the participating women had a sufficient level of SL, followed by (37.8%) problematic and inadequate literacy (11.2%) and, finally, excellent literacy (10.6%). Regarding the women's knowledge about obstetric violence (62.2%) answered that they knew what obstetric violence was. Regarding the relationships established between sociodemographic, obstetric and literacy data, it was observed that schooling, monthly income showed statistical relevance in the result of the level of literacy for health. These results point to the urgent need to discuss the presented theme and raise awareness more and more in the pregnancy-puerperal period, with special attention to prenatal care, which is an opportune moment for this information. Research in this area should be increasingly encouraged, which generate an impact on health care and which
can serve as subsidies for planning public policies aimed at coping with this phenomenon.
Linha de Pesquisa
Promoção da Saúde
Ano Defesa
2022
Nucleadora
Instituição
URCA
UF
CE