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INFLUÊNCIA DO RISCO DE DEMÊNCIA E CAPACIDADE FUNCIONAL NA ADESÃO AO TRATAMENTO ANTIRRETROVIRAL DE IDOSOS
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Documento
Tipo de Documento
Dissertação
Curso
Mestrado
Título
INFLUÊNCIA DO RISCO DE DEMÊNCIA E CAPACIDADE FUNCIONAL NA ADESÃO AO TRATAMENTO ANTIRRETROVIRAL DE IDOSOS
Autor(a)
José Wagner Martins da Silva
Orientador(a)
Prof. Dr. Glauberto da Silva Quirino
Palavras-chave
Complexo Aids-demência, Adesão ao tratamento, HIV
Resumo
O avanço nas políticas do HIV/aids no Brasil, como a disponibilização da terapia antirretroviral, descentralização dos serviços especializados e ampliação da testagem rápida para diagnóstico, promoveu ao longo do tempo uma sobrevida maior dos pacientes infectados pelo vírus. As mudanças no perfil populacional de países em desenvolvimento como o Brasil, associado a essa sobrevida maior dos pacientes com HIV proporcionou ao longo do tempo um aumento na população com 50 anos ou mais vivendo com HIV. Alterações neurológicas e diminuição da capacidade funcional são cada vez mais frequentes nessa população, podendo estar relacionado à própria idade ou a infecção causada pelo HIV comprometendo as atividades básicas de vida diária incluindo a adesão ao tratamento antirretroviral. Esse estudo tem por objetivo analisar a influência do risco de demência e capacidade funcional na adesão ao tratamento antirretroviral de pessoas com 50 anos ou mais. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, transversal e descritiva, realizada no período de janeiro a julho de 2019 com uma amostra total de 92 pacientes acompanhados pelo Serviço Ambulatorial Especializado em um município no interior do Ceará. Os dados foram compilados e analisados no programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences versão 24.0, utilizando-se as técnicas de estatística descritiva, associação e correlação de variáveis, realizados testes de Pearson, qui-quadrado e Fisher. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará tendo parecer favorável. Respeitaram-se os aspectos éticos e legais envolvendo a pesquisa com seres humanos, conforme a resolução 466∕2012 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil. Dentre os participantes da pesquisa, a média de idade foi de 57 anos onde 54,3% eram do sexo masculino, viviam em união estável com seus parceiros/as (41,3%) e possuíam ensino fundamental I (66,3%). Todos contraíram o vírus por via sexual, a maioria possuía de 01 a 10 anos de infecção, não possuíam coinfecção com hepatites B e C e a infecção oportunista mais prevalente foi a tuberculose. Em relação a adesão ao tratamento antirretroviral, a maioria foi considerada não aderente (77,2%), possuíam um bom grau de capacidade funcional onde foram considerados independentes (73,9%) realizando suas atividades básicas de vida diária. No rastreamento neurocognitivo a maior parte dos participantes apresentou risco elevado para o desenvolvimento da demência (78,3%) chamando atenção para a prevalência alta desse distúrbio. Nas associações de variáveis a presença do risco para demência mostrou relação significativa com o grau de capacidade funcional, no entanto não teve influência sobre a adesão ao tratamento antirretroviral, diante dos participantes cognitivamente saudáveis também serem considerados não aderentes. Conclui-se que o rastreamento cognitivo se faz necessário na população com 50 anos ou mais em tratamento antirretroviral, identificando precocemente e promovendo uma melhor qualidade de vida, assim como estratégias de adesão devem ser implementadas pelos serviços de acompanhamento dessa população para garantir a supressão viral.
Abstract
Advances in HIV / AIDS policies in Brazil, such as the availability of antirretroviral therapy, decentralization of specialized services and the expansion of rapid diagnostic testing, have promoted, over time, greater survival of patients infected by the virus. The changes in the population profile of developing countries such as Brazil, associated with this longer survival of patients with HIV have, over time, increased the population aged 50 and over living with HIV. Neurological changes and decreased functional capacity are more and more frequent in this population, which may be related to age or HIV infection, compromising basic activities of daily living including adherence to antiretroviral treatment. This study aims to analyze the influence of dementia and functional capacity on adherence to antiretroviral treatment in people aged 50 and over. This is a quantitative, cross-sectional and descriptive research conducted from January to July 2019 with a total sample of 92 patients on antirretroviral treatment followed by the Specialized Ambulatory Service - SAE in a municipality in the interior of Ceará. Data were compiled and analyzed using the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), version 24.0, using descriptive statistics, association and correlation techniques, using Pearson, chi-square and Fisher tests. The Project was submitted to the Research Ethics Committee of the Federal University of Ceará and received a favorable opinion. The ethical and legal aspects involving research with human beings were respected, according to Resolution 466∕2012 of the National Health Council of Brazil. Among the research participants, the average age was 57 years old, where 54.3% were male, lived in stable union with their partners (41.3%) and had elementary school I (66.3%). . All contracted the virus sexually, had na average of 1 to 10 years of infection, had no co-infection with hepatitis B and C and the most prevalent opportunistic infection was tuberculosis. Regarding adherence to
antiretroviral treatment, most were considered non-adherent (77.2%), had a good degree of functional capacity where they were considered independent (73.9%) performing their basic activities of daily living. In neurocognitive screening, most participants were at high risk for developing dementia (78.3%), drawing attention to the high prevalence of this disorder. In the associations of variables, the presence of risk for dementia was significantly related to the degree of functional capacity, however it had no influence on adherence to antiretroviral treatment, whereas cognitively healthy participants were also considered non-adherent. It is concluded that cognitive screening is necessary in the population aged 50 years or older on antirretroviral treatment, identifying early and promoting a better quality of life, as well as adherence strategies should be implemented by the accompanying services of this population to ensure viral suppression.
Linha de Pesquisa
Atenção e Gestão do cuidado em saúde
Ano Defesa
2019
Nucleadora
Instituição
URCA
UF
CE