• FATORES DE RISCO PARA DIABETES MELLITUS TIPO 2

  • Voltar
 por   

Documento

  • 2016_UECE_JOSÉ AURICÉLIO BERNARDO CÂNDIDO_0
    O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é uma desordem metabólica de etiologia múltipla, caracterizada por hiperglicemia crônica e distúrbios no metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas resultantes de defeitos na secreção e/ou ação da insulina. Está relacionada à obesidade, falta de atividade física e hábitos alimentares não saudáveis. No Brasil, em 2012, a Sociedade Brasileira de Diabetes estimou mais de 12 milhões de diabéticos no País. Este estudo é parte do Projeto de Pesquisa: O impacto das ações preventivas em um grupo com alto risco para Diabetes Mellitus tipo 2. O objetivo foi analisar o risco e as variáveis sociodemográficas, clinicas e estilo de vida para desenvolver DM2. Estudo epidemiológico, transversal, realizado com 371 pessoas do distrito de Dourados, Horizonte - CE, no período de agosto de 2015 a março de 2016. Participaram do estudo pessoas com idade entre 30 e 69 anos sem diagnóstico prévio de Diabetes e que não apresentavam condições crônicas que pudessem interferir na coleta de dados. Foi utilizado o questionário FINDRISK como instrumento de coleta de dados onde se analisou os fatores de risco sexo, idade, IMC, circunferência da abdominal, uso de medicamentos anti-hipertensivos, glicose alterada, atividade física, ingesta de frutas e verduras diariamente e hereditariedade. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisas com Seres humanos do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Ceará e aprovado conforme protocolo CAAE nº [47623615.6.0000.5534], parecer nº 1.206.470 com aprovação em 26 de abril de 2016. As prevalências encontradas foram: nenhum/baixo/moderado risco, 85,7%; sexo feminino, 66,8 %; idade ≥45 anos, 59%; IMC elevado, 72%; circunferência abdominal aumentada, 77%; praticavam atividade física, 54%; não comiam verduras e/ou frutas regularmente, 67%; não tomavam medicamentos anti-hipertensivos, 80%; ausência de glicose elevada, 92% e tinham familiar com Diabetes Mellitus, 52%. Entre as pessoas com risco Alto/Muito Alto em desenvolver DM2 verificou-se que a 18,15% eram do sexo feminino; 22,9% tinham idade ≥45 anos; 26,7% apresentaram obesidade (IMC ≥ 30); 18,2% tinham circunferência abdominal aumentada; 17,1% não praticavam atividade física; 15,3% não comiam frutas/verduras diariamente; 43,2% tomam anti-hipertensivos; 10,8% não tinham história de glicose alterada; e 26,3% tinham história familiar de DM2. Apresentou-se estatisticamente significante as variáveis: sexo (p=0,005) e idade (p<0,001) e altamente significante as variáveis: IMC (p<0,001); circunferência abdominal (p<0,001) uso de anti-hipertensivos (p<0,001); exame de glicose alterada (p<0,001) e hereditariedade (p<0,001). Não houve associação estatisticamente significante, atividade física (p=0,209) e comer frutas e verduras diariamente (p=0,582). Concluiu-se que ao identificar e analisar os fatores de risco para DM2 encontrou-se elevadas prevalências de obesidade central, sobrepeso/obesidade e de alimentação inadequada. Exceto um participante, todos apresentaram risco para DM2. Percebeu-se que os estudos sobre o gênero não apontam prevalência sobre o sexo feminino ou masculino. Uma contribuição desta pesquisa foi identificar os participantes que apresentaram risco alto/muito alto para DM2. O estudo mostrou relevância social e acadêmica propondo a estratificação do risco para DM2 como subsídio para investigações e ações multidisciplinares de promoção e prevenção da saúde.
    Baixar

Tipo de Documento

Dissertação

Curso

Mestrado

Título

FATORES DE RISCO PARA DIABETES MELLITUS TIPO 2

Autor(a)

JOSÉ AURICÉLIO BERNARDO CÂNDIDO

Orientador(a)

Maria Irismar de Almeida

Palavras-chave

Diabetes mellitus. Fatores de risco. Estilo de vida.

Resumo

O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é uma desordem metabólica de etiologia múltipla, caracterizada por hiperglicemia crônica e distúrbios no metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas resultantes de defeitos na secreção e/ou ação da insulina. Está relacionada à obesidade, falta de atividade física e hábitos alimentares não saudáveis. No Brasil, em 2012, a Sociedade Brasileira de Diabetes estimou mais de 12 milhões de diabéticos no País. Este estudo é parte do Projeto de Pesquisa: O impacto das ações preventivas em um grupo com alto risco para Diabetes Mellitus tipo 2. O objetivo foi analisar o risco e as variáveis sociodemográficas, clinicas e estilo de vida para desenvolver DM2. Estudo epidemiológico, transversal, realizado com 371 pessoas do distrito de Dourados, Horizonte - CE, no período de agosto de 2015 a março de 2016. Participaram do estudo pessoas com idade entre 30 e 69 anos sem diagnóstico prévio de Diabetes e que não apresentavam condições crônicas que pudessem interferir na coleta de dados. Foi utilizado o questionário FINDRISK como instrumento de coleta de dados onde se analisou os fatores de risco sexo, idade, IMC, circunferência da abdominal, uso de medicamentos anti-hipertensivos, glicose alterada, atividade física, ingesta de frutas e verduras diariamente e hereditariedade. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisas com Seres humanos do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Ceará e aprovado conforme protocolo CAAE nº [47623615.6.0000.5534], parecer nº 1.206.470 com aprovação em 26 de abril de 2016. As prevalências encontradas foram: nenhum/baixo/moderado risco, 85,7%; sexo feminino, 66,8 %; idade ≥45 anos, 59%; IMC elevado, 72%; circunferência abdominal aumentada, 77%; praticavam atividade física, 54%; não comiam verduras e/ou frutas regularmente, 67%; não tomavam medicamentos anti-hipertensivos, 80%; ausência de glicose elevada, 92% e tinham familiar com Diabetes Mellitus, 52%. Entre as pessoas com risco Alto/Muito Alto em desenvolver DM2 verificou-se que a 18,15% eram do sexo feminino; 22,9% tinham idade ≥45 anos; 26,7% apresentaram obesidade (IMC ≥ 30); 18,2% tinham circunferência abdominal aumentada; 17,1% não praticavam atividade física; 15,3% não comiam frutas/verduras diariamente; 43,2% tomam anti-hipertensivos; 10,8% não tinham história de glicose alterada; e 26,3% tinham história familiar de DM2. Apresentou-se estatisticamente significante as variáveis: sexo (p=0,005) e idade (p<0,001) e altamente significante as variáveis: IMC (p<0,001); circunferência abdominal (p<0,001) uso de anti-hipertensivos (p<0,001); exame de glicose alterada (p<0,001) e hereditariedade (p<0,001). Não houve associação estatisticamente significante, atividade física (p=0,209) e comer frutas e verduras diariamente (p=0,582). Concluiu-se que ao identificar e analisar os fatores de risco para DM2 encontrou-se elevadas prevalências de obesidade central, sobrepeso/obesidade e de alimentação inadequada. Exceto um participante, todos apresentaram risco para DM2. Percebeu-se que os estudos sobre o gênero não apontam prevalência sobre o sexo feminino ou masculino. Uma contribuição desta pesquisa foi identificar os participantes que apresentaram risco alto/muito alto para DM2. O estudo mostrou relevância social e acadêmica propondo a estratificação do risco para DM2 como subsídio para investigações e ações multidisciplinares de promoção e prevenção da saúde.

Abstract

Type 2 diabetes (T2D) is a metabolic disorder of multiple etiologies characterized by chronic hyperglycemia and abnormalities of carbohydrate, lipid, and protein metabolism caused by defects in the insulin secretion and/or action. It is related to obesity, lack of physical activity, and unhealthy eating habits. In 2012, the Brazilian Diabetes Society estimated more than 12 million people with diabetes in the country. This study is part of the research project “The impact of preventive actions in a high-risk group for Diabetes Mellitus type 2,” and it aimed to analyze the risk and sociodemographic, clinical, and lifestyle variables for developing T2D. It was an epidemiological cross-sectional study conducted with 371 people from the district of Dourados, Horizonte - CE, Brazil, from August 2015 to March 2016. The study comprised individuals aged between 30 and 69 years without previous diagnosis of diabetes and without chronicle conditions that could interfere with data collection. For data collection, the FINDRISC questionnaire was applied, which analyzed the risk factors: sex, age, BMI, waist circumference, use of antihypertensive medication, impaired glucose, physical activity, daily intake of fruits and vegetables, and heredity. The project was submitted to the Ethics Committee for Research Involving Human Beings of the Health Science Center, Universidade Estadual do Ceará, and approved under CAAE Protocol No. 47623615.6.0000.5534, opinion No. 1,206,470 on April 26, 2016. The prevalence found were: no/low/moderate risk, 85.7%; female, 66.8%; age ≥45 years, 59%; high BMI, 72%; increased waist circumference, 77%; practiced physical activity, 54%; no regular intake of vegetables/fruits, 67%; non-use of antihypertensive drugs, 80%; no record of high glucose, 92%; family history of Diabetes Mellitus, 52%. Among people with high/very high risk for developing T2D, it was found that 18.15% were female; 22.9% were aged ≥45 years; 26.7% were obese (BMI≥30); 18.2% had increased waist circumference; 17.1% did not practice physical activity; 15.3% did not eat fruits/vegetables daily; 43.2% took antihypertensive drugs; 10.8% had no record of altered glucose; and 26.3% had a family history of T2D. The following variables were statistically significant: gender (p=0.005) and age (p<0.001); and highly significant: BMI (p<0.001), waist circumference (p<0.001), use of antihypertensive drugs (p<0.001), altered glucose test (p<0.001), and heredity (p<0.001). Furthermore, there was no statistically significant association in physical activity (p=0.209) and daily consumption of fruits and vegetables (p=0.582). It was concluded that identifying and analyzing the risk factors for T2D enabled to verify high prevalence of central obesity, overweight/obesity, and poor nutrition. Except for one participant, all presented risk for T2D. It was noted that studies on gender did not indicate prevalence in males or females. This research contributed to identify participants who had high/very high risk for T2D. The study presented social and academic relevance for proposing risk stratification for T2D as support for investigations and disciplinary actions of health promotion and prevention.

Linha de Pesquisa

Educação na Saúde

Ano Defesa

2016

Nucleadora

Instituição

UECE

UF

CE

Continue navegando