JOÃO GUILHERME BENTES ARAUJO RODRIGUES
Objetivo: O presente estudo teve como objetivo analisar os efeitos de uma intervenção educativa de promoção ao autocuidado sobre o nível de Literacia para a Saúde e o cuidado de si de Agentes Comunitários de Saúde, com ênfase no comportamento alimentar saudável e realização de prática corporal/atividade física. Método: estudo com abordagem mista, do tipo pesquisa-intervenção, com 55 agentes comunitários de saúde (ACS) de um município do sul cearense. A intervenção educativa teve como temática a promoção da alimentação saudável e atividade corporal, sendo realizada durante o mês de abril de 2022, em encontros semanais com duração de quatro horas cada, perfazendo um total de
16 horas, nos quais os participantes exercitaram a simulação de pratos saudáveis e praticaram Lian Gong em 18 terapias. Para a coleta de dados, foram utilizados os seguintes instrumentos: Questionário sociodemográfico e profissiográfico; European Health Literacy Survey (HLS-EU-Br); Formulário de Marcadores de Consumo Alimentar – FMCA; Recordatório Alimentar de 24 horas; Avaliação de exames bioquímicos; Questionário Internacional de Atividade Física – versão longa (IPAQ-L), Questionário de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas não Transmissíveis (VIGITEL) - componente atividade física; Avaliação antropométrica. Também foram realizadas entrevistas semiestruturadas, que ocorreram antes e após a intervenção, nas quais foram investigados os estágios de mudança de comportamento e as percepções dos ACS quanto aos efeitos da intervenção educativa, cujos relatos foram analisados com auxílio do software IRaMuTeQ pela classificação hierárquica descendente e análise de similitude, sendo discutidos à luz do referencial teórico do cuidado de si. Resultados: Quanto aos hábitos alimentares, houve aumento no consumo de feijão, frutas e verduras, com redução significativa no consumo de hamburguer (p=0,03), ilustrados pelos pratos montados conforme o recordatório alimentar de 24 horas. A maioria dos ACS (60%) situou-se no estágio de ação e 11% no de manutenção em relação à alimentação saudável. Quanto à atividade física, a maioria (96,4%) foi considerada muito ativa, porém com maior gasto metabólico durante as atividades laborais (6.861 METs) e em grau moderado de intensidade (6.077 METs). Houve melhoria significativa dos níveis de atividade física(47,3% - 65,5%; p<0,0001), com 47% dos ACS no estágio de ação e 22% no de
manutenção em relação à esta prática. Houve melhoria nas medidas da circunferência abdominal, peso e IMC, (p<0,05), e nos marcadores bioquímicos (colesterol total e frações, triglicerídeos e glicemia de jejum), com diferença significativa na hemoglobina glicada (5,76 – 5,64; p<0,0001). Os resultados também ilustraram melhoria significativa dos níveis de Literacia para a Saúde (1,8% - 18,2%; p<0,0001) e mudanças positivas no cuidado de si após a intervenção, expressas nos relatos dos participantes. Considerações Finais: A realização das ações educativas direcionadas ao autocuidado foi considerada positiva e transformadora para os ACS, que ressignificaram seus modos de vida e inseriram comportamentos mais saudáveis em seus cotidianos, especialmente quanto à alimentação e à prática corporal, expressando assim práticas do cuidado de si.
EFEITOS DE UMA INTERVENÇÃO EDUCATIVA DE PROMOÇÃO AO AUTOCUIDADO PARA AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
Autor(a)
João Guilherme Bentes de Araújo Rodrigues
Orientador(a)
Maria Rosilene Cândido Moreira
Palavras-chave
Promoção da saúde. Literacia para a saúde. Saúde do trabalhador. Alimentação saudável. Prática corporal
Resumo
Objetivo: O presente estudo teve como objetivo analisar os efeitos de uma intervenção educativa de promoção ao autocuidado sobre o nível de Literacia para a Saúde e o cuidado de si de Agentes Comunitários de Saúde, com ênfase no comportamento alimentar saudável e realização de prática corporal/atividade física. Método: estudo com abordagem mista, do tipo pesquisa-intervenção, com 55 agentes comunitários de saúde (ACS) de um município do sul cearense. A intervenção educativa teve como temática a promoção da alimentação saudável e atividade corporal, sendo realizada durante o mês de abril de 2022, em encontros semanais com duração de quatro horas cada, perfazendo um total de
16 horas, nos quais os participantes exercitaram a simulação de pratos saudáveis e praticaram Lian Gong em 18 terapias. Para a coleta de dados, foram utilizados os seguintes instrumentos: Questionário sociodemográfico e profissiográfico; European Health Literacy Survey (HLS-EU-Br); Formulário de Marcadores de Consumo Alimentar – FMCA; Recordatório Alimentar de 24 horas; Avaliação de exames bioquímicos; Questionário Internacional de Atividade Física – versão longa (IPAQ-L), Questionário de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas não Transmissíveis (VIGITEL) - componente atividade física; Avaliação antropométrica. Também foram realizadas entrevistas semiestruturadas, que ocorreram antes e após a intervenção, nas quais foram investigados os estágios de mudança de comportamento e as percepções dos ACS quanto aos efeitos da intervenção educativa, cujos relatos foram analisados com auxílio do software IRaMuTeQ pela classificação hierárquica descendente e análise de similitude, sendo discutidos à luz do referencial teórico do cuidado de si. Resultados: Quanto aos hábitos alimentares, houve aumento no consumo de feijão, frutas e verduras, com redução significativa no consumo de hamburguer (p=0,03), ilustrados pelos pratos montados conforme o recordatório alimentar de 24 horas. A maioria dos ACS (60%) situou-se no estágio de ação e 11% no de manutenção em relação à alimentação saudável. Quanto à atividade física, a maioria (96,4%) foi considerada muito ativa, porém com maior gasto metabólico durante as atividades laborais (6.861 METs) e em grau moderado de intensidade (6.077 METs). Houve melhoria significativa dos níveis de atividade física(47,3% - 65,5%; p<0,0001), com 47% dos ACS no estágio de ação e 22% no de
manutenção em relação à esta prática. Houve melhoria nas medidas da circunferência abdominal, peso e IMC, (p<0,05), e nos marcadores bioquímicos (colesterol total e frações, triglicerídeos e glicemia de jejum), com diferença significativa na hemoglobina glicada (5,76 – 5,64; p<0,0001). Os resultados também ilustraram melhoria significativa dos níveis de Literacia para a Saúde (1,8% - 18,2%; p<0,0001) e mudanças positivas no cuidado de si após a intervenção, expressas nos relatos dos participantes. Considerações Finais: A realização das ações educativas direcionadas ao autocuidado foi considerada positiva e transformadora para os ACS, que ressignificaram seus modos de vida e inseriram comportamentos mais saudáveis em seus cotidianos, especialmente quanto à alimentação e à prática corporal, expressando assim práticas do cuidado de si.
Abstract
Objective: The present study aimed to analyze the effects of an educational intervention to promote self-care on the level of Health Literacy and self-care of Community Health Agents, with an emphasis on healthy eating behavior and performing body/body practices. physical activity. Method: a study with a mixed approach, of the researchintervention type, with 55 community health agents (CHA) from a municipality in the south of Ceará. The educational intervention had as its theme the promotion of healthy eating and body activity, being carried out during the month of April 2022, in weekly meetings lasting four hours each, making a total of 16 hours, in which the participants exercised the simulation of healthy dishes and practiced Lian Gong in 18 therapies. For data collection, the following instruments were used: Sociodemographic and professional questionnaire; European Health Literacy Survey (HLS-EU-Br); Food Consumption Markers Form – FMCA; 24-hour food recall; Evaluation of biochemical tests; International Physical Activity Questionnaire – long version (IPAQ-L), Questionnaire for Surveillance of Risk Factors and Protection of Chronic Noncommunicable Diseases (VIGITEL) - physical activity component; Anthropometric assessment. Semi-structured interviews were also carried out, which took place before and after the intervention, in which the stages of behavior change and the perceptions of the CHAs regarding the effects of the educational intervention were investigated, whose reports were analyzed
with the help of the IRaMuTeQ software by descending and descending hierarchical classification. similarity analysis, being discussed in the light of the theoretical framework of self-care. Results: Regarding eating habits, there was an increase in the consumption of beans, fruits and vegetables, with a significant reduction in the consumption of hamburgers (p=0.03), illustrated by the dishes prepared according to the 24-hour food recall. Most CHAs (60%) were in the action stage and 11% in the maintenance stage in relation to healthy eating. As for physical activity, the majority (96.4%) were considered very active, but with higher metabolic expenditure during work activities (6,861 METs) and at a moderate degree of intensity (6,077 METs). There was a significant improvement in physical activity levels (47.3% - 65.5%; p<0.0001), with47% of the CHAs in the action stage and 22% in the maintenance stage in relation to this practice. There was an improvement in the measurements of waist circumference, weight
and BMI (p<0.05), and in biochemical markers (total cholesterol and fractions, triglycerides and fasting glucose), with a significant difference in glycated hemoglobin (5.76 – 5, 64; p<0.0001). The results also illustrated significant improvement in Health Literacy levels (1.8% - 18.2%; p<0.0001) and positive changes in self-care after the intervention, expressed in the participants' reports. Final Considerations: The realization of educational actions aimed at self-care was considered positive and transformative for the CHAs, who re-signified their ways of life and inserted healthier behaviors in their daily lives, especially regarding food and body practice, thus expressing self-care
practices.
