CHARMENES ALVES GOMES
A hanseníase é uma doença crônica infectocontagiosa que afeta principalmente pele e nervos periféricos, daí o alto poder incapacitante da doença. Assim, a educação
em saúde, voltada para o autocuidado constitui-se de uma ferramenta chave na prevenção e controle das incapacidades. Objetivou-se analisar o efeito de uma
intervenção educativa, mediada por uma cartilha, no conhecimento, atitudes e práticas do autocuidado com face, mãos e pés em pessoas acometidas pela hanseníase. Trata-se de um estudo quase experimental, de natureza descritiva com abordagem quantitativa com grupo único do tipo antes e depois, como também de uma pesquisa metodológica, a validação do instrumento conhecimento, atitude e
prática (CAP). O estudo foi desenvolvido na Estratégia Saúde da Família do município de Iguatu, sendo a amostra composta por 11 pessoas afetadas pela hanseníase do município. A pesquisa foi dividida em quatro etapas. A primeira etapa composta de construção e validação do inquérito CAP, a segunda etapa foi o pré-teste, a aplicação do inquérito conhecimento, atitude e prática, a terceira etapa
intervenção educativa e a quarta etapa foi o pós-teste, aplicação novamente do inquérito CAP. A intervenção educativa foi baseada em cartilha educativa sobre
autocuidado em hanseníase. Para a análise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences, para determinar o índice de concordância entre os juízes, foi utilizado o Índice de Validade de Conteúdo e para
comparar os domínios do CAP, antes e após a intervenção, foi utilizado o teste de McNemar. A pesquisa obedeceu todos os critérios éticos abordados nas Resoluções
466/12 e 510/1 do Conselho Nacional de Saúde, sendo aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Regional do Cariri, sob o parecer 5.235.351. Os resultados demonstraram, quanto à construção e validação do inquérito, a produção de um instrumento fidedigno e confiável, capaz de avaliar conhecimento, atitude e
prática de autocuidado em hanseníase, obtendo IVC de 0,87. Os resultados da intervenção revelaram significância da variação entre o pré-teste e o pós-teste em quase todo os domínios, com valor de p<0,001, demonstrando um efeito positivo da intervenção, com aumento dos níveis de percentuais adequados em todos os itens do inquérito, o que significa um ganho de aprendizado, proporcionando uma melhoria do conhecimento, atitude e prática com relação ao autocuidado em hanseníase das pessoas acometidas pela doença. Conclui-se, portanto, que uma
intervenção educativa sobre autocuidado em hanseníase, baseada em uma tecnologia do tipo cartilha tem efeito positivo na melhoria do conhecimento, atitude e prática de autocuidado com face, mãos e pés para pessoas acometidas pela hanseníase. Recomenda-se o uso da cartilha em atividades de educação em saúde com as pessoas acometidas pela doença, assim, como em outros contextos que se trabalham autocuidado em hanseníase, de modo a promover o avanço no controle
da doença e suas incapacidades.
EFEITO DE UMA INTERVENÇÃO EDUCATIVA MEDIADA POR UMA CARTILHA NO AUTOCUIDADO ÀS PESSOAS COM HANSENÍASE
Autor(a)
Charmenes Alves Gomes
Orientador(a)
Maria do Socorro Vieira Lopes
Palavras-chave
hanseníase; autocuidado; intervenção educacional; estudos de validação.
Resumo
A hanseníase é uma doença crônica infectocontagiosa que afeta principalmente pele e nervos periféricos, daí o alto poder incapacitante da doença. Assim, a educação
em saúde, voltada para o autocuidado constitui-se de uma ferramenta chave na prevenção e controle das incapacidades. Objetivou-se analisar o efeito de uma
intervenção educativa, mediada por uma cartilha, no conhecimento, atitudes e práticas do autocuidado com face, mãos e pés em pessoas acometidas pela hanseníase. Trata-se de um estudo quase experimental, de natureza descritiva com abordagem quantitativa com grupo único do tipo antes e depois, como também de uma pesquisa metodológica, a validação do instrumento conhecimento, atitude e
prática (CAP). O estudo foi desenvolvido na Estratégia Saúde da Família do município de Iguatu, sendo a amostra composta por 11 pessoas afetadas pela hanseníase do município. A pesquisa foi dividida em quatro etapas. A primeira etapa composta de construção e validação do inquérito CAP, a segunda etapa foi o pré-teste, a aplicação do inquérito conhecimento, atitude e prática, a terceira etapa
intervenção educativa e a quarta etapa foi o pós-teste, aplicação novamente do inquérito CAP. A intervenção educativa foi baseada em cartilha educativa sobre
autocuidado em hanseníase. Para a análise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences, para determinar o índice de concordância entre os juízes, foi utilizado o Índice de Validade de Conteúdo e para
comparar os domínios do CAP, antes e após a intervenção, foi utilizado o teste de McNemar. A pesquisa obedeceu todos os critérios éticos abordados nas Resoluções
466/12 e 510/1 do Conselho Nacional de Saúde, sendo aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Regional do Cariri, sob o parecer 5.235.351. Os resultados demonstraram, quanto à construção e validação do inquérito, a produção de um instrumento fidedigno e confiável, capaz de avaliar conhecimento, atitude e
prática de autocuidado em hanseníase, obtendo IVC de 0,87. Os resultados da intervenção revelaram significância da variação entre o pré-teste e o pós-teste em quase todo os domínios, com valor de p<0,001, demonstrando um efeito positivo da intervenção, com aumento dos níveis de percentuais adequados em todos os itens do inquérito, o que significa um ganho de aprendizado, proporcionando uma melhoria do conhecimento, atitude e prática com relação ao autocuidado em hanseníase das pessoas acometidas pela doença. Conclui-se, portanto, que uma
intervenção educativa sobre autocuidado em hanseníase, baseada em uma tecnologia do tipo cartilha tem efeito positivo na melhoria do conhecimento, atitude e prática de autocuidado com face, mãos e pés para pessoas acometidas pela hanseníase. Recomenda-se o uso da cartilha em atividades de educação em saúde com as pessoas acometidas pela doença, assim, como em outros contextos que se trabalham autocuidado em hanseníase, de modo a promover o avanço no controle
da doença e suas incapacidades.
Abstract
Leprosy is a chronic infectious disease that mainly affects the skin and peripheral nerves, hence the high disabling power of the disease. Thus, health education, focused on self-care, constitutes a key tool in the prevention and control of disabilities. The objective was to analyze the effect of an educational intervention, mediated by a booklet, on knowledge, attitudes and practices of self-care with face,
hands and feet in people affected by leprosy. This is a quasi-experimental study of a descriptive nature with a quantitative approach with a single group of the before and
after type, as well as a methodological research, the validation of the knowledge, attitude and practice (KAP) instrument. The study was developed in the Family
Health Strategy (Estratégia de Saúde da Família) of the municipality of Iguatu, and the sample consisted of 11 people affected by leprosy in the municipality. The
research was divided into four stages. The first stage consisted of construction and validation of the CAP survey, the second stage was the pre-test, the application of
the knowledge, attitude and practice survey, the third stage was educational intervention and the fourth stage was the post-test, application of the inquiry again CAP The educational intervention was based on an educational booklet on leprosy self-care. For data analysis, the Statistical Package for the Social Sciences Program (SPSS) was used, to determine the agreement index between the judges, the
Content Validity Index (CVI) was used and to compare the CAP domains, before and after the intervention, it was used the McNemar test. The research complied with all
the ethical criteria addressed in Resolutions 466/12 and 510/1 of the National Health Council, being approved by the Research Ethics Committee of the Universidade
Regional do Cariri, under opinion 5,235,351. The results demonstrated, regarding the construction and validation of the survey, the production of a reliable and trustable
instrument, capable of assessing knowledge, attitude and self-care practice in leprosy, obtaining a CVI of 0.87. The results of the intervention also revealed the significance of the variation between the pre-test and the post-test in almost all domains, with a value of p<0.001, demonstrating a positive effect of the intervention, with an increase in the levels of adequate percentages in all items of the survey,
which means a gain in learning, providing an improvement in knowledge, attitude and practice regarding self-care in leprosy of people affected by the disease. It is therefore concluded that an educational intervention on self-care in leprosy, based on a booklet-type technology, has a positive effect on improving knowledge, attitude and
practice of self-care with face, hands and feet for people affected by leprosy. The use of the booklet is recommended in health education activities with people affected by
the disease, as well as in other contexts that work with leprosy self-care, in order to promote progress in controlling the disease and its disabilities.
