Francilany Antonia Rodrigues Martins Neiva
INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença tropical negligenciada acomete principalmente pele e nervos periféricos podendo levar a sérias incapacidades físicas. Classifica-se como doença bacteriana crônica, a qual possui notificação obrigatória. Nas populações socialmente vulneráveis ocorrem limitações alimentares, podendo acarretar danos ao estado nutricional. As questões econômicas ligadas ao acesso aos alimentos e a interferência de uma dieta ocidentalizada, com base em alimentos processados e ultraprocessados, são fatores que podem interferir diretamente causando inadequações no estado nutricional. Embora não haja uma alimentação própria para quem tem hanseníase, a nutrição e a alimentação representam valores fundamentais para a promoção e a proteção da saúde, promovendo uma melhora do estado nutricional, da imunidade e da qualidade de vida desses indivíduos. OBJETIVO: Construir e validar uma tecnologia educativa (TE) para orientação nutricional de pessoas com hanseníase. MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa metodológica desenvolvida por meio da revisão integrativa da literatura e do embasamento no Guia Alimentar para a população brasileira dando- se a construção da tecnologia educativa (cartilha) e validação por juízes, destacando-se profissionais especialistas e o público-alvo. A pesquisa ocorreu no Posto de Atendimento Médico (PAM), local de referência no atendimento a pessoas com hanseníase na região. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética e pesquisa, parecer no 5.303.158 obedecendo aos aspectos éticos e legais das pesquisas envolvendo seres humanos. RESULTADOS: Para validação da cartilha foram aplicados instrumentos a cada grupo de juiz, considerou-se para análise dos dados o índice de Validade de Conteúdo (IVC) com o valor de 70% ou mais. A cartilha produzida foi intitulada “De olho na: Alimentação e hanseníase”. No processo de validação pelo público-alvo, o IVC obteve 95,54% de média global. Na avaliação pelos juízes da área da saúde o IVC geral foi de 88,20% e pelos especialistas de outras áreas obteve percentual de 91,34%. CONCLUSÃO: A tecnologia foi construída e validada com índices satisfatórios pelos juízes, caracterizando-a como adequada e informativa para as pessoas em tratamento poliquimioterápico na hanseníase.
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