-
CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICAS DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NO MANEJO DA SÍFILIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
- Voltar
Documento
-
Mariana Vale Fracelino Sampaio
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível, uma epidemia silenciosa no Brasil, de notificação compulsória, cujo o crescimento observado desde 2014 possui múltiplos fatores, dentre os quais pode-se destacar a estrutura e organização das ações e serviços de atenção primária à saúde voltada à prevenção e controle da doença. O agente comunitário de saúde (ACS), como profissional da equipe da Estratégia Saúde da Família, dentre as suas competências, é incumbido de desenvolver no território ações voltadas para o controle da sífilis. Este estudo tem por objetivo analisar o conhecimento, as atitudes e as práticas dos ACS sobre a sífilis. Trata-se de estudo censitário, de corte transversal, realizado junto aos ACS do município de Maracanaú/CE, por meio do inquérito de Conhecimento, Atitude e Prática (CAP). As variáveis dependentes do estudo são relacionadas à pessoa, tais como características gerais, familiares, étnicas, nível socioeconômico; já as variáveis independentes são ligadas aos conhecimentos sobre a temática sífilis, suas atitudes e práticas na comunidade. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva. Verificou-se que a maioria dos ACS está na faixa etária entre 40 e 49 anos (38,2%), havendo uma pequena parcela de ACS idosos, 60 anos ou mais (5,9%). Destacam-se os participantes mais de 10 anos de atuação na profissão (59,8%), com escolaridade de nível de Ensino Médio (69,1%). Observou-se que há predominância do sexo feminino (90,7%), e a renda familiar comum é de 1 à 2 salários mínimos (63,7%). No referente à educação permanente, 97,1% relataram que não tiveram treinamento sobre sífilis nos últimos 3 anos. Evidenciou-se que o conhecimento adequado/regular é predominante nos ACS autodeclarados pardos ou pretos, com 98,8% (p<0,004). O ACS sem religião tem 6,31 vezes a chance de ter conhecimento adequado/regular (p<0,021). Destaca-se que o conhecimento inadequado quanto à sífilis aumenta em 3,18 vezes a chance de desenvolver uma prática inadequada (p<0,038). O Agente Comunitário de Saúde realiza como atividade primordial a promoção e prevenção de doenças, dentre eles a sífilis, sendo relevante promover a educação permanente destes profissionais, com vistas a ampliar o conhecimento sobre a sífilis, impactando na sua atitude e práticas frente a esse agravo na comunidade.
Tipo de Documento
Dissertação
Curso
Mestrado
Título
CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICAS DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NO MANEJO DA SÍFILIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Autor(a)
Mariana Vale Fracelino Sampaio
Orientador(a)
José Maria Ximenes Guimarães.
Palavras-chave
Sífilis. Agente comunitário de saúde; Conhecimentos, atitudes e práticas em saúde; Atenção primária à saúde.
Resumo
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível, uma epidemia silenciosa no Brasil, de notificação compulsória, cujo o crescimento observado desde 2014 possui múltiplos fatores, dentre os quais pode-se destacar a estrutura e organização das ações e serviços de atenção primária à saúde voltada à prevenção e controle da doença. O agente comunitário de saúde (ACS), como profissional da equipe da Estratégia Saúde da Família, dentre as suas competências, é incumbido de desenvolver no território ações voltadas para o controle da sífilis. Este estudo tem por objetivo analisar o conhecimento, as atitudes e as práticas dos ACS sobre a sífilis. Trata-se de estudo censitário, de corte transversal, realizado junto aos ACS do município de Maracanaú/CE, por meio do inquérito de Conhecimento, Atitude e Prática (CAP). As variáveis dependentes do estudo são relacionadas à pessoa, tais como características gerais, familiares, étnicas, nível socioeconômico; já as variáveis independentes são ligadas aos conhecimentos sobre a temática sífilis, suas atitudes e práticas na comunidade. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva. Verificou-se que a maioria dos ACS está na faixa etária entre 40 e 49 anos (38,2%), havendo uma pequena parcela de ACS idosos, 60 anos ou mais (5,9%). Destacam-se os participantes mais de 10 anos de atuação na profissão (59,8%), com escolaridade de nível de Ensino Médio (69,1%). Observou-se que há predominância do sexo feminino (90,7%), e a renda familiar comum é de 1 à 2 salários mínimos (63,7%). No referente à educação permanente, 97,1% relataram que não tiveram treinamento sobre sífilis nos últimos 3 anos. Evidenciou-se que o conhecimento adequado/regular é predominante nos ACS autodeclarados pardos ou pretos, com 98,8% (p<0,004). O ACS sem religião tem 6,31 vezes a chance de ter conhecimento adequado/regular (p<0,021). Destaca-se que o conhecimento inadequado quanto à sífilis aumenta em 3,18 vezes a chance de desenvolver uma prática inadequada (p<0,038). O Agente Comunitário de Saúde realiza como atividade primordial a promoção e prevenção de doenças, dentre eles a sífilis, sendo relevante promover a educação permanente destes profissionais, com vistas a ampliar o conhecimento sobre a sífilis, impactando na sua atitude e práticas frente a esse agravo na comunidade.
Abstract
Syphilis is a sexually transmitted infection; a silent epidemic in Brazil, with compulsory notification. Its growth, observed since 2014, has multiple factors, such as the structure and organization of Primary Health Care actions and services aimed at disease prevention and control. The Community Health Agent (CHA), as a professional of the Family Health Strategy team, is responsible for, among its competences, developing actions aimed at controlling syphilis in the territory. The purpose of this study is to analyze the knowledge, attitudes and practices of CHAs about syphilis; a cross-sectional census study carried out with the CHAs in the municipality of Maracanaú/CE, through the Knowledge, Attitude and Practice (KAP) survey. The dependent variables of the study are related to the person – general features, family, ethnicity, and socioeconomic level –, while the independent variables are linked to the knowledge about the topic of syphilis, their attitudes and practices in the community. Data were analyzed using descriptive statistics. It was verified that most CHAs are aged between 40 and 49 years old (38.2%), with a small number of elderly CHAs – 60 years or older (5.9%). Participants with more than 10 years of experience in the profession stand out (59.8%), as well as with high school education (69.1%). It was observed that there is a predominance of females (90.7%), and the common family income is 1 to 2 minimum wages (63.7%). Regard to permanent education, 97.1% reported that they had not received training on syphilis in the last 3 years. It was verified that the adequate/regular knowledge is predominant in the CHAs self-declared brown or black, with 98.8% (p<0.004). Moreover, CHAs without religion have 6.31 times the chance of having adequate/regular knowledge (p<0.021). It is noteworthy that inadequate knowledge about syphilis increases the chance of developing an inadequate practice by 3.18 times (p<0.038). The Community Health Agent performs, as a primary activity, the promotion and prevention of diseases, including syphilis. Thus, it is relevant to promote the permanent education of these professionals in order to expanding their knowledge about syphilis, impacting their attitude and practices in the face of this problem in the community.
Linha de Pesquisa
Atenção e Gestão do cuidado em saúde
Ano Defesa
2023
Nucleadora
Instituição
UECE
UF
CE