João Batista Silva Filho
A família é imprescindível no cuidado à pessoa com Transtorno Mental (TM) e deve cooperar com a equipe de saúde para fortalecê-lo, com auxílio de instrumentos, como o inquérito sobre os Conhecimentos, Atitudes e Práticas (CAP). Objetivou-se avaliar os conhecimentos, as atitudes e práticas para melhoria do cuidado familiar a pessoas com TM. Estudo avaliativo, delineamento transversal e abordagem quantitativa, em Sobral, Ceará, cujos participantes foram familiares de pessoas com TM, acompanhadas por 25 Centros de Saúde da Família (CSF), Centros de Atenção Psicossocial (CAPS II), CAPS Álcool e outras drogas e CAPS infanto-juvenil (CAPSi). População: 1.354 pessoas; amostra: 196. Utilizou-se do inquérito CAP para fundamentar o estudo. Obedeceu-se à Resolução 466/12; parecer no 5.536.619 e CAAE: 58570622.5.0000.5053. Entregue e assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Resultados: maioria dos participantes eram pais da pessoa cuidada (46,9%); conheciam o tipo de TM (77,6%), o medicamento (85,7%),
a forma de administração (95,9%) e os horários (95,4%); não receberam orientações sobre o ambiente (67,9%) e a relação terapêutica (55,1%), mas sabiam identificar o que deve ser observado nos mesmos para mantê-los saudáveis; conheciam os sinais e sintomas de uma crise (92,9%), mas não receberam informações sobre como lidar (62,2%); apresentaram dificuldades no cuidado (54,6%), mas não se sentiam incapazes de oferecê-lo da melhor forma (50%). O conhecimento, a atitude e prática dos familiares cuidadores foram adequados, em relação ao cuidado e autocuidado. O conhecimento foi inadequado, no que se refere ao ambiente e à relação terapêutica, atitude e prática adequadas. Em relação às condutas diante dos sinais e sintomas agudizados em Saúde Mental, apresentaram conhecimento inadequado. O profissional de saúde pode contribuir com o familiar cuidador por meio da psicoeducação, do acompanhamento terapêutico e fortalecimento do apoio matricial. Assim, percebeu-se que o inquérito CAP é um recurso avaliativo, que possibilitará melhora do cuidado, em momento posterior, a partir do planejamento de momentos de capacitação para familiares cuidadores em saúde mental. É necessária a criação de um material educativo a ser disponibilizado para ações de educação em saúde.
AVALIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS, DAS ATITUDES E PRÁTICAS PARA MELHORIA DO CUIDADO FAMILIAR A PESSOAS COM TRANSTORNO MENTAL
Autor(a)
João Batista Silva Filho
Orientador(a)
Eliany Nazaré Oliveira
Palavras-chave
Conhecimentos, atitudes e práticas em saúde; Famílias; Transtorno Mental
Resumo
A família é imprescindível no cuidado à pessoa com Transtorno Mental (TM) e deve cooperar com a equipe de saúde para fortalecê-lo, com auxílio de instrumentos, como o inquérito sobre os Conhecimentos, Atitudes e Práticas (CAP). Objetivou-se avaliar os conhecimentos, as atitudes e práticas para melhoria do cuidado familiar a pessoas com TM. Estudo avaliativo, delineamento transversal e abordagem quantitativa, em Sobral, Ceará, cujos participantes foram familiares de pessoas com TM, acompanhadas por 25 Centros de Saúde da Família (CSF), Centros de Atenção Psicossocial (CAPS II), CAPS Álcool e outras drogas e CAPS infanto-juvenil (CAPSi). População: 1.354 pessoas; amostra: 196. Utilizou-se do inquérito CAP para fundamentar o estudo. Obedeceu-se à Resolução 466/12; parecer no 5.536.619 e CAAE: 58570622.5.0000.5053. Entregue e assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Resultados: maioria dos participantes eram pais da pessoa cuidada (46,9%); conheciam o tipo de TM (77,6%), o medicamento (85,7%),
a forma de administração (95,9%) e os horários (95,4%); não receberam orientações sobre o ambiente (67,9%) e a relação terapêutica (55,1%), mas sabiam identificar o que deve ser observado nos mesmos para mantê-los saudáveis; conheciam os sinais e sintomas de uma crise (92,9%), mas não receberam informações sobre como lidar (62,2%); apresentaram dificuldades no cuidado (54,6%), mas não se sentiam incapazes de oferecê-lo da melhor forma (50%). O conhecimento, a atitude e prática dos familiares cuidadores foram adequados, em relação ao cuidado e autocuidado. O conhecimento foi inadequado, no que se refere ao ambiente e à relação terapêutica, atitude e prática adequadas. Em relação às condutas diante dos sinais e sintomas agudizados em Saúde Mental, apresentaram conhecimento inadequado. O profissional de saúde pode contribuir com o familiar cuidador por meio da psicoeducação, do acompanhamento terapêutico e fortalecimento do apoio matricial. Assim, percebeu-se que o inquérito CAP é um recurso avaliativo, que possibilitará melhora do cuidado, em momento posterior, a partir do planejamento de momentos de capacitação para familiares cuidadores em saúde mental. É necessária a criação de um material educativo a ser disponibilizado para ações de educação em saúde.
Abstract
The family is essential in caring for a person with a mental disorder (MD) and must cooperate with the health team to strengthen him/her, using instruments such as the survey on knowledge, attitudes, and practices (KAP). The objective of this study was to evaluate knowledge, attitudes, and practices to improve family care for people with MD. The study used an evaluative, cross-sectional design with a quantitative approach, conducted in Sobral, Ceará. The participants were family members of people with MD, monitored by 25 Family Health Centers (FHC), Psychosocial Care Centers (CAPS II), CAPS for alcohol drugs, and CAPS for children and adolescents (CAPSi). The population comprised 1354 people, and the sample was made of 196. The KAP survey was used to support the study, and Resolution No. 466/12, Opinion No. 5,536,619, and CAAE No. 58570622.5.0000.5053 were complied with. The Informed Consent Form (ICF) was delivered and signed by all participants. The results showed that most participants were parents of the person receiving care (46.9%). They knew the type of MD (77.6%), medication (85.7%), administration route (95.9%), and the medication schedule (95.4%). However, they did not receive guidance on the environment (67.9%) or the therapeutic relationship (55.1%), although they knew how to identify what should be observed to maintain the patients healthy. They knew the signs and symptoms of a crisis (92.9%) but did not receive information on how to deal with it (62.2%). They had difficulties providing care (54.6%) but did not feel incapable of offering it in the best way (50%). The family caregivers' knowledge, attitude, and practices were adequate concerning care and self-care, but knowledge was inadequate concerning the environment and therapeutic relationship. Their attitude and practices were considered appropriate. They had inadequate knowledge concerning conduct in the face of acute signs and symptoms in mental health (MH), but their attitude and practice were appropriate. The health professional can assist the family caregiver through psychoeducation, therapeutic monitoring, and matrix support improvement. Therefore, the KAP survey is an evaluative resource that can improve care in the future, based on planned training sessions about mental health for family caregivers. It is necessary to create educational materials and make them available for health education actions.
