Keila Formiga de Castro
O enfoque ecossistêmico da saúde busca realizar a integração interdisciplinar e transversal da saúde e do ambiente. O objetivo do estudo foi aplicar a abordagem ecossistêmica para vigilância em saúde voltada às pessoas com hipertensão arterial e suas famílias no território de uma equipe de Saúde da Família. Trata-se de uma pesquisa-ação no território adscrito do distrito Baixio das Palmeiras, em Crato-CE. A pesquisa foi desenvolvida em quatro etapas:
Territorialização com georreferenciamento, estratificação de vulnerabilidade familiar, construção da Matriz FPEEEA e a implementação da sala de situação. Foram georreferenciadas 252 famílias e 318 indivíduos hipertensos. Com relação à determinação ambiental e territorial foi possível identificar diversos fatores que fortalecem e outros que fragilizam o território. A prevalência maior foi de famílias com médio grau de vulnerabilidade (51%) e predominância da hipertensão nas mulheres (63,5%). Com relação às condições sócio-sanitárias e de moradia, 32% das famílias possuem cerca de dois membros por domicílio, 84% das casas possuem uma relação maior de 1 entre número de cômodos e moradores, 85% são de alvenaria com revestimento, 94,5% possuem fossa rudimentar, 39% fazem uso de cloro para tratar a água, 97% possuem coleta do lixo. Para 95% das famílias, os cuidadores possuem alguma escolaridade e 43% possuem de 1,5 a 2 salários-mínimos como renda. Na Matriz FPEEEA, a Força Motriz foi influência da mídia, o governo atual, a economia, o estilo de vida e a educação; Na Pressão, tem-se o negacionismo, violência urbana e rural, redes sociais, desmonte de políticas públicas, desigualdades socias e a poluição; No Estado, tem-se a falta de espaços para a prática de atividade física, o consumo de produtos industrializados, sedentarismo, agrotóxicos, fragilidade na atenção à saúde, falta de acesso a alimentação e medicamentos; Na Exposição temos excesso de sódio, dieta hipercalórica, sobrepeso, estresse, ansiedade, depressão, álcool e tabagismo, alimentos contaminados; Como Efeito, tem-se a hipertensão arterial sistêmica. A abordagem ecossistêmica em saúde se efetiva como uma ferramenta de vigilância em saúde com um olhar ampliado sobre o
território.
ABORDAGEM ECOSSISTÊMICA PARA VIGILÂNCIA EM SAÚDE NO ACOMPANHAMENTO À PESSOA COM HIPERTENSÃO
Autor(a)
Keila Formiga de Castro
Orientador(a)
Célida Juliana de Oliveira
Palavras-chave
Ecossistema. Vigilância em Saúde Pública. Hipertensão. Planejamento Participativo.
Resumo
O enfoque ecossistêmico da saúde busca realizar a integração interdisciplinar e transversal da saúde e do ambiente. O objetivo do estudo foi aplicar a abordagem ecossistêmica para vigilância em saúde voltada às pessoas com hipertensão arterial e suas famílias no território de uma equipe de Saúde da Família. Trata-se de uma pesquisa-ação no território adscrito do distrito Baixio das Palmeiras, em Crato-CE. A pesquisa foi desenvolvida em quatro etapas:
Territorialização com georreferenciamento, estratificação de vulnerabilidade familiar, construção da Matriz FPEEEA e a implementação da sala de situação. Foram georreferenciadas 252 famílias e 318 indivíduos hipertensos. Com relação à determinação ambiental e territorial foi possível identificar diversos fatores que fortalecem e outros que fragilizam o território. A prevalência maior foi de famílias com médio grau de vulnerabilidade (51%) e predominância da hipertensão nas mulheres (63,5%). Com relação às condições sócio-sanitárias e de moradia, 32% das famílias possuem cerca de dois membros por domicílio, 84% das casas possuem uma relação maior de 1 entre número de cômodos e moradores, 85% são de alvenaria com revestimento, 94,5% possuem fossa rudimentar, 39% fazem uso de cloro para tratar a água, 97% possuem coleta do lixo. Para 95% das famílias, os cuidadores possuem alguma escolaridade e 43% possuem de 1,5 a 2 salários-mínimos como renda. Na Matriz FPEEEA, a Força Motriz foi influência da mídia, o governo atual, a economia, o estilo de vida e a educação; Na Pressão, tem-se o negacionismo, violência urbana e rural, redes sociais, desmonte de políticas públicas, desigualdades socias e a poluição; No Estado, tem-se a falta de espaços para a prática de atividade física, o consumo de produtos industrializados, sedentarismo, agrotóxicos, fragilidade na atenção à saúde, falta de acesso a alimentação e medicamentos; Na Exposição temos excesso de sódio, dieta hipercalórica, sobrepeso, estresse, ansiedade, depressão, álcool e tabagismo, alimentos contaminados; Como Efeito, tem-se a hipertensão arterial sistêmica. A abordagem ecossistêmica em saúde se efetiva como uma ferramenta de vigilância em saúde com um olhar ampliado sobre o
território.
Abstract
The ecosystem approach to health seeks to achieve the interdisciplinary and transversal integration of health and the environment. The objective of the study was to apply the ecosystem approach to health surveillance aimed at patients with arterial hypertension in the territory of a Family Health team. This is an action
research in the territory assigned to the Family Health team of Baixio das Palmeiras, municipality of Crato-CE, with patients with arterial hypertension and their respective families. The project was developed in three stages, the territorialization with georeferencing, the stratification of family vulnerability, the implementation of the situation room and the construction of the FPEEEA Model.
252 families and 318 hypertensive individuals were georeferenced. Regarding environmental and territorial determination, it was possible to identify several factors that strengthen and others that weaken the territory. The stratification of family vulnerability, 51% families have a medium degree of vulnerability. There is a predominance of hypertension in women. Regarding the socio-sanitary and
housing conditions, in terms of the number of rooms and the number of residents in the household, 84% houses have a ratio greater than 1, 85% houses are made of masonry with coating, 94,5% have a rudimentary cesspool. 32% families have about 39% members per household, 39% families use chlorine to treat water, 43% families have 1.5 to 2 minimum wages as income. 97% families have
garbage collection. For 95% families, caregivers have some schooling and there is no child alone or caring for another child. The FPEEA Model, Driving Force: Media Influence, Current Government, Economy, Lifestyle, and Education. The pressure: denialism, urban and rural violence, social networks, the dismantling of public policies, social inequalities, and pollution. Status: lack of spaces for physical activity, consumption of industrialized products, sedentary lifestyle,
pesticides, fragility in health care, lack of access to food and medicines. Exposure: excess sodium, hypercaloric diet, overweight, stress, anxiety, depression, alcohol and smoking, contaminated food. Effect: Systemic arterial hypertension. The ecosystem approach to health is effective as a health surveillance tool with a holistic view.
