2020_UECE_Dissertação_Rianna Nargilla Silva Nobre
A territorialização destaca-se como diretriz da Política Nacional da Atenção Básica, apresentando-se como proposta de intervenção na realidade e técnica de planejamento e gestão dos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). Conhecer o território considerando a pluridimensionalidade é algo efetivamente necessário para estabelecer ações, baseadas em plano desenhado a partir da realidade. A pesquisa objetivou analisar a territorialização enquanto prática de gestão e atenção dos serviços de atenção primária à saúde no âmbito do SUS.Estudo com abordagem qualitativa, através de estudo de caso, realizado no Município de Banabuiú/Ceará, tendo como sujeitos da pesquisa trabalhadores de saúde, coordenadores da Atenção Primária à Saúde e Saúde Bucal e usuários. A coleta de dados aconteceu entre setembro e dezembro de 2019, por meio de oficinas. Os dados da pesquisa foram analisados por meio da Análise de Conteúdo Temática, de Minayo. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará, conforme parecer nº 3.471.589. Os resultados desvelaram duas categorias temáticas: O conhecimento do território como produtor de cuidado ao usuário da Estratégia Saúde da Família; e A territorialização como organizadora do cuidado, tendo sido articuladas com os referenciais teóricos, sendo produto de reflexão dialógica entre o campo da pesquisa, o campo de conhecimento e as vivências da pesquisadora. Constatou-se necessidade de superar a repartição do território em áreas político-administrativas de ação em saúde para compreensão da dinâmica interna dos territórios (como a vida acontece, como os processos sociais do cotidiano se desenvolvem, fortalecendo o território vivo e influenciador do cuidado em saúde). Reforça-se, ainda, que a territorialização não é estática, mas se nutre de um cotidiano de transformações de âmbito interdisciplinar, intersetorial e interprofissional.
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