Rosana Liberato
O objetivo do estudo foi avaliar o clima de segurança do paciente durante a pandemia de COVID-19 na perspectiva dos profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde. Trata-se de um estudo transversal, analítico, realizado, de maio a setembro de 2022, com 396 profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde, contemplando 48 municípios do Ceará e trabalhadores de nove categorias profissionais. Para a coleta de dados, utilizou-se a técnica de cadeia de referência e o instrumento foi um questionário eletrônico, dividido em três partes: dados pessoais e profissionais, características do trabalho nas UBS e o Primary Care-SafeQuest (PC-SafeQuest) para a mensuração do clima de segurança. A análise descritiva e inferencial foi feita no programa IBM SPSS Statistics. Foram calculados média, desvio-padrão, IC 95%, mediana e os testes de Kruskal-Wallis e de Mann-Whitney. A pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa, com parecer de No 3.128.082. Os participantes, com maior frequência, tinham idade entre 30 e 49 anos (253; 63,9%), eram mulheres (322; 81,3%), atuavam há mais de 10 anos na APS (164; 41,4%), com carga horária semanal de trabalho de até 40h (354; 89,4%), sendo exclusivo o vínculo laboral com a UBS (332; 83,8%). Quanto às características do trabalho realizado para o enfrentamento da pandemia de COVID-19 nas UBS, destacaram-se: agendamento de gestantes, crianças e de pacientes portadores de DCNT (286; 72,2%), acolhimento realizado por profissional de saúde designado para a classificação de risco dos sintomáticos respiratórios (322;81%); monitoramento por ligações telefônicas (257; 64,8%) ou WhatsApp(271; 68,4%); capacitações sobre monitoramento domiciliar de casos de síndrome gripal e/ou busca ativa de contatos (306; 77,2%). Os profissionais confirmaram existir na UBS: protocolo para prevenção da contaminação pela Covid-19 (371; 93,7%), equipamento para monitoramento dos sintomáticos respiratórios (361; 91,1%); e a presença de pelo menos um material/insumo para a prevenção de contágio pelo COVID-19 (394; 99,5%). O clima de segurança do paciente obteve a média de pontuação de 5,1 ± 0,9 (de uma escala de 7 pontos) pelo PC-SafeQuest. Dos cinco domínios, quatro apresentaram médias dos respectivos itens também correspondentes a 5 pontos. Concluiu-se que os participantes avaliaram o clima de segurança do paciente na APS do Ceará durante a pandemia de Covid-19 de forma positiva, verificando-se que os facilitadores para essa avaliação foram a comunicação, a liderança, o trabalho em equipe e os sistemas de segurança e aprendizagem, entretanto a carga de trabalho na unidade apresentou-se como uma barreira.
SEGURANÇA DO PACIENTE NA PANDEMIA DE COVID-19: PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Autor(a)
Rosana Liberato Lopes
Orientador(a)
Patrícia Freire de Vasconcelos
Palavras-chave
Segurança do paciente; atenção primária à saúde; COVID-19; clima de segurança do paciente.
Resumo
O objetivo do estudo foi avaliar o clima de segurança do paciente durante a pandemia de COVID-19 na perspectiva dos profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde. Trata-se de um estudo transversal, analítico, realizado, de maio a setembro de 2022, com 396 profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde, contemplando 48 municípios do Ceará e trabalhadores de nove categorias profissionais. Para a coleta de dados, utilizou-se a técnica de cadeia de referência e o instrumento foi um questionário eletrônico, dividido em três partes: dados pessoais e profissionais, características do trabalho nas UBS e o Primary Care-SafeQuest (PC-SafeQuest) para a mensuração do clima de segurança. A análise descritiva e inferencial foi feita no programa IBM SPSS Statistics. Foram calculados média, desvio-padrão, IC 95%, mediana e os testes de Kruskal-Wallis e de Mann-Whitney. A pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa, com parecer de No 3.128.082. Os participantes, com maior frequência, tinham idade entre 30 e 49 anos (253; 63,9%), eram mulheres (322; 81,3%), atuavam há mais de 10 anos na APS (164; 41,4%), com carga horária semanal de trabalho de até 40h (354; 89,4%), sendo exclusivo o vínculo laboral com a UBS (332; 83,8%). Quanto às características do trabalho realizado para o enfrentamento da pandemia de COVID-19 nas UBS, destacaram-se: agendamento de gestantes, crianças e de pacientes portadores de DCNT (286; 72,2%), acolhimento realizado por profissional de saúde designado para a classificação de risco dos sintomáticos respiratórios (322;81%); monitoramento por ligações telefônicas (257; 64,8%) ou WhatsApp(271; 68,4%); capacitações sobre monitoramento domiciliar de casos de síndrome gripal e/ou busca ativa de contatos (306; 77,2%). Os profissionais confirmaram existir na UBS: protocolo para prevenção da contaminação pela Covid-19 (371; 93,7%), equipamento para monitoramento dos sintomáticos respiratórios (361; 91,1%); e a presença de pelo menos um material/insumo para a prevenção de contágio pelo COVID-19 (394; 99,5%). O clima de segurança do paciente obteve a média de pontuação de 5,1 ± 0,9 (de uma escala de 7 pontos) pelo PC-SafeQuest. Dos cinco domínios, quatro apresentaram médias dos respectivos itens também correspondentes a 5 pontos. Concluiu-se que os participantes avaliaram o clima de segurança do paciente na APS do Ceará durante a pandemia de Covid-19 de forma positiva, verificando-se que os facilitadores para essa avaliação foram a comunicação, a liderança, o trabalho em equipe e os sistemas de segurança e aprendizagem, entretanto a carga de trabalho na unidade apresentou-se como uma barreira.
Abstract
The aim of the study was to assess the patient safety climate during the COVID-19 pandemic from the perspective of primary health care professionals. This is a cross-sectional, analytical study, carried out from May to September 2022, with 396 health professionals from Primary Health Care, covering 48 municipalities in Ceará and workers from nine professional categories. For data collection, the reference chain technique was used and the instrument was an electronic questionnaire, divided into three parts: personal and professional data, work characteristics at the UBS and the Primary Care-SafeQuest (PC-SafeQuest) to measuring the safety climate. Descriptive and inferential analysis was performed using the IBM SPSS Statistics program. Mean, standard deviation, 95% CI, median, Kruskal-Wallis and Mann-Whitney tests were calculated. The research was approved by the Research Ethics Committee, with opinion No. 3,128,082. The participants, more frequently, were between 30 and 49 years old (253; 63.9%), were women (322; 81.3%), worked for more than 10 years in PHC (164; 41.4%) , with a weekly workload of up to 40 hours (354; 89.4%), with an exclusive employment relationship with the UBS (332; 83.8%). As for the characteristics of the work carried out to face the COVID-19 pandemic at the UBS, the following stand out: scheduling pregnant women, children and patients with CNCDs (286; 72.2%), reception carried out by a health professional designated to the risk classification of respiratory symptoms (322;81%); monitoring by phone calls (257; 64.8%) or WhatsApp (271; 68.4%); training on home monitoring of cases of flu syndrome and/or active search for contacts (306; 77.2%). Professionals confirmed that the UBS had: protocol for preventing contamination by Covid-19 (371; 93.7%), equipment for monitoring respiratory symptoms (361; 91.1%); and the presence of at least one material/input for the prevention of contagion by COVID-19 (394; 99.5%). Patient safety climate averaged a score of 5.1 ± 0.9 (on a 7-point scale) on the PC-SafeQuest. Of the five domains, four presented means of the respective items also corresponding to 5 points. It was concluded that the participants evaluated the patient safety climate in the APS of Ceará positively during the Covid-19 pandemic, verifying that the facilitators for this evaluation were communication, leadership, teamwork and the safety and learning systems, however the workload in the unit presented itself as a barrier.
