-
PROMOÇÃO DA SAÚDE: ESTRATÉGIAS PARA A AUTONOMIA E QUALIDADE DE VIDA DO SUJEITO COM DIABETES
- Voltar
Documento
-
2014_UFRN_José Adailton da Silva
O diabetes é uma doença crônico-degenerativa de grande prevalência na população mundial configurando-se enquanto sério problema de saúde pública. Por ser crônico exige dos sujeitos autocuidado e autogoverno longitudinal. A autonomia, por sua vez, é um direito fundamental e também um dos princípios da bioética mais discutidos na atualidade. Seu conceito é complexo e leva em conta a vida experimentada ao longo dos anos. Quando a discussão sobre autonomia se trata de diabetes, a dependência do outro e os conflitos no controle da doença, diante de novas regras e estilos de vida, nem sempre condizentes com os valores dos pacientes, torna-a fragilizada. Embora a autonomia seja claramente parte integrante do tratamento e alicerce para uma vida digna e de qualidade, observamos que os sujeitos se tornam ainda mais dependentes dos serviços de saúde, quando se deparam com o diagnóstico e não têm confiança para tomar suas próprias decisões diante da patologia limitadora. Por isso, há a necessidade dos serviços de atenção primária à saúde traçarem estratégias para promover a saúde desses sujeitos. Os Grupos de Promoção da Saúde são estratégias recentemente utilizadas para influenciar no nível de autonomia dos sujeitos, pois possibilitam, respeitando os limites éticos, a garantia de participação decisória no grupo, através de estratégias e treinamentos de habilidades com competências claramente definidas, que favorecem o empowerment e o protagonismo dos sujeitos. Desse modo, este trabalho objetiva identificar estratégias no âmbito da promoção da saúde na ESF, que contribuam para melhor autonomia e qualidade de vida dos sujeitos com diabetes mellitus, a partir de sua percepção. E, mais especificamente, analisar o perfil clínico e socioeconômico dos portadores de diabetes da ESF; identificar as experiências, necessidades e expectativas dos sujeitos com diabetes sobre autonomia, autocuidado e qualidade de vida; e realizar um levantamento em conjunto com os sujeitos com diabetes, sobre aspectos que sirvam de evidências para construção de propostas para implantação de um Grupo Estratégico de Promoção da Saúde – GEPS, com foco na autonomia. Para isto, foi realizada uma pesquisa exploratória descritiva de abordagem qualitativa e quantitativa, com 65 sujeitos com diabetes acompanhados por uma Unidade de Saúde da Família do Município de Santa Cruz/RN. A pesquisa foi realizada em três etapas interdependentes: 1) coleta de dados clínicos e socioeconômicos, para o qual foi utilizado entrevista estruturada e análise retrospectiva dos registros feitos em seu prontuário; 2) a análise das experiências, necessidades e expectativas dos sujeitos sobre autonomia, autocuidado e qualidade de vida, que se utilizou de entrevista semiestruturada com 6 sujeitos, sendo 3 com mais e 3 com menos complicações autorreferidas e verificadas no prontuário; e 3) a construção coletiva de propostas para melhor autonomia e qualidade de vida dos próprios participantes do estudo, por meio de roda de conversa. Para a análise dos dados utilizamos software de estatísticas simples para os dados das questões fechadas de cunho quantitativo e os dados qualitativos foram analisados através da análise de conteúdo. Observamos que o perfil clínico e socioeconômicos dos sujeitos com diabetes aproximam-se das estatísticas nacionais, embora existam variáveis, como cor da pele, com variação significativa. A autopercepção dos sujeitos diante de algumas complicações divergem de registros encontrados em seu prontuário o que aponta uma possível desvalorização de queixas como hipoglicemia e disfunção sexual, como também baixa adesão ao tratamento por, muitas vezes, não terem suas opiniões valorizadas. As categorias encontradas: vida, qualidade de vida, diagnostico e enfrentamento do problema, autonomia, limites e dependência assim como as práticas coletivas de promoção da saúde, apontam para a necessidade de estratégias por meio de grupos que considerem as crenças e valores dos sujeitos, favoreçam sua emancipação e torne-os protagonistas de sua própria história e de seu processo saúde doença. A autonomia é fundamental para o exercício da cidadania efetiva. É por meio dela que os sujeitos transformam sua realidade e a si mesmo.A contribuição desta pesquisa consiste em identificar estratégicas que se propõe a potencializar a autonomia dos sujeitos, através dos GEPS, norteando a atuação dos profissionais na atenção primária à saúde, que deve sustenta-se em ações de prevenção e promoção da saúde e também no incentivo à participação popular e protagonismo dos sujeitos.
Tipo de Documento
Dissertação
Curso
Mestrado
Título
PROMOÇÃO DA SAÚDE: ESTRATÉGIAS PARA A AUTONOMIA E QUALIDADE DE VIDA DO SUJEITO COM DIABETES
Autor(a)
JOSÉ ADAILTON DA SILVA
Orientador(a)
Karla Patrícia Cardoso Amorim
Palavras-chave
Autonomia Pessoal, Promoção da Saúde, Diabetes Mellitus, Qualidade de Vida
Resumo
O diabetes é uma doença crônico-degenerativa de grande prevalência na população mundial configurando-se enquanto sério problema de saúde pública. Por ser crônico exige dos sujeitos autocuidado e autogoverno longitudinal. A autonomia, por sua vez, é um direito fundamental e também um dos princípios da bioética mais discutidos na atualidade. Seu conceito é complexo e leva em conta a vida experimentada ao longo dos anos. Quando a discussão sobre autonomia se trata de diabetes, a dependência do outro e os conflitos no controle da doença, diante de novas regras e estilos de vida, nem sempre condizentes com os valores dos pacientes, torna-a fragilizada. Embora a autonomia seja claramente parte integrante do tratamento e alicerce para uma vida digna e de qualidade, observamos que os sujeitos se tornam ainda mais dependentes dos serviços de saúde, quando se deparam com o diagnóstico e não têm confiança para tomar suas próprias decisões diante da patologia limitadora. Por isso, há a necessidade dos serviços de atenção primária à saúde traçarem estratégias para promover a saúde desses sujeitos. Os Grupos de Promoção da Saúde são estratégias recentemente utilizadas para influenciar no nível de autonomia dos sujeitos, pois possibilitam, respeitando os limites éticos, a garantia de participação decisória no grupo, através de estratégias e treinamentos de habilidades com competências claramente definidas, que favorecem o empowerment e o protagonismo dos sujeitos. Desse modo, este trabalho objetiva identificar estratégias no âmbito da promoção da saúde na ESF, que contribuam para melhor autonomia e qualidade de vida dos sujeitos com diabetes mellitus, a partir de sua percepção. E, mais especificamente, analisar o perfil clínico e socioeconômico dos portadores de diabetes da ESF; identificar as experiências, necessidades e expectativas dos sujeitos com diabetes sobre autonomia, autocuidado e qualidade de vida; e realizar um levantamento em conjunto com os sujeitos com diabetes, sobre aspectos que sirvam de evidências para construção de propostas para implantação de um Grupo Estratégico de Promoção da Saúde – GEPS, com foco na autonomia. Para isto, foi realizada uma pesquisa exploratória descritiva de abordagem qualitativa e quantitativa, com 65 sujeitos com diabetes acompanhados por uma Unidade de Saúde da Família do Município de Santa Cruz/RN. A pesquisa foi realizada em três etapas interdependentes: 1) coleta de dados clínicos e socioeconômicos, para o qual foi utilizado entrevista estruturada e análise retrospectiva dos registros feitos em seu prontuário; 2) a análise das experiências, necessidades e expectativas dos sujeitos sobre autonomia, autocuidado e qualidade de vida, que se utilizou de entrevista semiestruturada com 6 sujeitos, sendo 3 com mais e 3 com menos complicações autorreferidas e verificadas no prontuário; e 3) a construção coletiva de propostas para melhor autonomia e qualidade de vida dos próprios participantes do estudo, por meio de roda de conversa. Para a análise dos dados utilizamos software de estatísticas simples para os dados das questões fechadas de cunho quantitativo e os dados qualitativos foram analisados através da análise de conteúdo. Observamos que o perfil clínico e socioeconômicos dos sujeitos com diabetes aproximam-se das estatísticas nacionais, embora existam variáveis, como cor da pele, com variação significativa. A autopercepção dos sujeitos diante de algumas complicações divergem de registros encontrados em seu prontuário o que aponta uma possível desvalorização de queixas como hipoglicemia e disfunção sexual, como também baixa adesão ao tratamento por, muitas vezes, não terem suas opiniões valorizadas. As categorias encontradas: vida, qualidade de vida, diagnostico e enfrentamento do problema, autonomia, limites e dependência assim como as práticas coletivas de promoção da saúde, apontam para a necessidade de estratégias por meio de grupos que considerem as crenças e valores dos sujeitos, favoreçam sua emancipação e torne-os protagonistas de sua própria história e de seu processo saúde doença. A autonomia é fundamental para o exercício da cidadania efetiva. É por meio dela que os sujeitos transformam sua realidade e a si mesmo.A contribuição desta pesquisa consiste em identificar estratégicas que se propõe a potencializar a autonomia dos sujeitos, através dos GEPS, norteando a atuação dos profissionais na atenção primária à saúde, que deve sustenta-se em ações de prevenção e promoção da saúde e também no incentivo à participação popular e protagonismo dos sujeitos.
Abstract
Diabetes is a chronic degenerative disease with high prevalence in the global population by setting up as a serious public health problem. Because it requires the subjects' chronic self-care and longitudinal self-government. Autonomy, in turn, is a fundamental right and also one of the most discussed principles of bioethics today. Its concept is complex and takes into account the life experienced over the years. When the discussion of autonomy it comes to diabetes, dependence on others and conflicts in controlling the disease, before the new rules and lifestyles, not always consistent with the values of patients makes it fragile. Although autonomy is clearly part of the treatment and foundation for a life of dignity and quality, we found that subjects become even more dependent on health services, when faced with the diagnosis and lack the confidence to make their own decisions on the limiting condition. Therefore, there is need of primary care services to health traçarem strategies to promote the health of these individuals. Groups for Health Promotion strategies are recently used to influence the level of autonomy of the subjects, as they allow, respecting ethical boundaries, ensuring participation in decision-making group, through strategies and skills training with clearly defined powers, which favor empowerment and leadership of the subjects. Thus, this work aims to identify strategies in the context of health promotion in the FHS, which contribute to better autonomy and quality of life of individuals with diabetes mellitus, from your perception. And, more specifically, to analyze the clinical and socioeconomic profile of patients with diabetes FHS; identify the experiences, needs and expectations of the subjects with diabetes on autonomy, self-care and quality of life, and conduct a survey in conjunction with the subjects with diabetes, on aspects that serve as evidence for the construction of proposals to implement a Strategic Group for Health Promotion - GEPS, focused on autonomy. For this, a descriptive exploratory qualitative and quantitative approach, with 65 subjects with diabetes accompanied by a Family Health Unit in the Municipality of Santa Cruz /RN was performed. The survey was conducted in three interrelated steps: 1 ) collection of clinical and socioeconomic data, which was used for structured interview and retrospective analysis of the records made in the chart, 2) the analysis of the experiences, needs and expectations of the subjects on autonomy, self-care and quality of life, which used semi-structured interviews with 6 subjects, 3 and 3 more with less self-reported and verified in medical records complications, and 3) the collective construction of proposals for improving the autonomy and quality of life for participants of the study by conversation wheel. To analyze the data we used simple statistical software for data on closed questions quantitatively driven and the data were analyzed using qualitative content analysis . We observed that the clinical and socioeconomic profile of the subjects with diabetes are similar to national statistics, although there are variables, such as skin color, with significant variation. The perception of the subjects before some complications differ from records found in the chart which indicates a possible devaluation of complaints such as hypoglycemia and sexual dysfunction as well as low adherence to treatment, often not having their opinions valued. The following categories: life, quality of life, diagnosis and resolution of problem, autonomy, limits and dependence as well as the collective practices of health promotion, point to the need for strategies through groups that consider the beliefs and values of the subjects, favor their emancipation and become the protagonists of their own history and their health disease process. Autonomy is essential for the effective exercise of citizenship. It is through her that subjects transform your reality and himself. The contribution of this research is to identify strategies that aims to enhance the autonomy of individuals, through GEPS, guiding the work of professionals in primary health care, which should be grounded in prevention and health promotion and also in encouraging popular participation and leadership of the subjects.
Linha de Pesquisa
Promoção da Saúde
Ano Defesa
2014
Nucleadora
Instituição
UFRN
UF
RN