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PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR COMO FERRAMENTA DE GESTÃO DO CUIDADO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DO RN: DESAFIOS E POSSIBILIDADES
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Documento
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2016_UFRN_Rafael Soares Chaves
No Brasil, o uso e o desenvolvimento de instrumentos e tecnologias em saúde para a garantia do acesso à saúde como direito de todos bem como a resolubilidade das diferentes e complexas demandas observadas nos territórios representam ponto-chave para o desenvolvimento do SUS em seus princípios fundamentais nas diferentes regiões brasileiras. O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é, atualmente, uma prática ainda não incorporada na rotina da maioria das equipes de saúde na atenção básica e ainda pouco difundida e desenvolvida, apesar de seu grande potencial na produção de novas realidades, sobretudo no que diz respeito aos casos complexos. Em virtude disso, justificam-se estudos no sentido de lançar luz sobre as realidades das equipes em relação ao uso do PTS como ferramenta de gestão do cuidado em saúde no âmbito da ESF. Nesse sentido, o presente trabalho trata de uma pesquisa qualitativa exploratória a qual buscou investigar como uma equipe da ESF e uma equipe do NASF que a apoia utilizam o PTS no seu território, tendo como objetivos específicos: conhecer os sentidos atribuídos pelos profissionais (das equipes NASF e ESF) às noções de Clínica Ampliada, de Apoio Matricial e de Projeto Terapêutico Singular; identificar como as equipes se comunicam e se vinculam para a construção do PTS e a realização do apoio matricial; e identificar as potencialidades e dificuldades vividas pelas equipes para o uso do PTS como ferramenta de gestão do cuidado. Para tanto, a abordagem metodológica foi desenvolvida através de entrevistas individuais semiestruturadas e Grupos Focais com os profissionais das equipes de um município de pequeno porte do RN. Os dados produzidos pelas entrevistas e pelos Grupos Focais foram organizados e categorizados mediante a análise de conteúdo proposta por Bardin. Os três eixos de análise foram: 1) multiprofissionalidade, corresponsabilidade e resolutividade; 2) concepções de PTS, dificuldades, falta de experiência e desconhecimento sobre PTS; e 3) articulação e planejamento das ações. De modo geral, o estudo apontou a construção de PTS como uma prática pontual, sendo uma ferramenta que pouco compõe o cotidiano das equipes e dos serviços de saúde na atenção básica, apesar de ser reconhecidamente importante para a ampliação das ações e resolutividade dos problemas dos usuários. Além disso, o PTS, mesmo não sendo uma ferramenta de uso cotidiano, é desconhecido por muitos e as equipes são carentes de experiências que potencializem o seu uso de forma sistemática e compartilhada nos espaços de produção do cuidado em saúde. Desse modo, coloca-se como importante que ações de qualificação da atenção sejam desenvolvidas junto às equipes para o uso do PTS entre outras ferramentas para gestão do cuidado de forma integral e compartilhada.
Tipo de Documento
Dissertação
Curso
Mestrado
Título
PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR COMO FERRAMENTA DE GESTÃO DO CUIDADO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DO RN: DESAFIOS E POSSIBILIDADES
Autor(a)
RAFAEL SOARES CHAVES
Orientador(a)
Ana Karenina de Melo Arraes Amorim
Palavras-chave
Projetos Terapêuticos Singulares. Atenção Integral à Saúde. Estratégia Saúde da Família. Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Apoio Matricial.
Resumo
No Brasil, o uso e o desenvolvimento de instrumentos e tecnologias em saúde para a garantia do acesso à saúde como direito de todos bem como a resolubilidade das diferentes e complexas demandas observadas nos territórios representam ponto-chave para o desenvolvimento do SUS em seus princípios fundamentais nas diferentes regiões brasileiras. O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é, atualmente, uma prática ainda não incorporada na rotina da maioria das equipes de saúde na atenção básica e ainda pouco difundida e desenvolvida, apesar de seu grande potencial na produção de novas realidades, sobretudo no que diz respeito aos casos complexos. Em virtude disso, justificam-se estudos no sentido de lançar luz sobre as realidades das equipes em relação ao uso do PTS como ferramenta de gestão do cuidado em saúde no âmbito da ESF. Nesse sentido, o presente trabalho trata de uma pesquisa qualitativa exploratória a qual buscou investigar como uma equipe da ESF e uma equipe do NASF que a apoia utilizam o PTS no seu território, tendo como objetivos específicos: conhecer os sentidos atribuídos pelos profissionais (das equipes NASF e ESF) às noções de Clínica Ampliada, de Apoio Matricial e de Projeto Terapêutico Singular; identificar como as equipes se comunicam e se vinculam para a construção do PTS e a realização do apoio matricial; e identificar as potencialidades e dificuldades vividas pelas equipes para o uso do PTS como ferramenta de gestão do cuidado. Para tanto, a abordagem metodológica foi desenvolvida através de entrevistas individuais semiestruturadas e Grupos Focais com os profissionais das equipes de um município de pequeno porte do RN. Os dados produzidos pelas entrevistas e pelos Grupos Focais foram organizados e categorizados mediante a análise de conteúdo proposta por Bardin. Os três eixos de análise foram: 1) multiprofissionalidade, corresponsabilidade e resolutividade; 2) concepções de PTS, dificuldades, falta de experiência e desconhecimento sobre PTS; e 3) articulação e planejamento das ações. De modo geral, o estudo apontou a construção de PTS como uma prática pontual, sendo uma ferramenta que pouco compõe o cotidiano das equipes e dos serviços de saúde na atenção básica, apesar de ser reconhecidamente importante para a ampliação das ações e resolutividade dos problemas dos usuários. Além disso, o PTS, mesmo não sendo uma ferramenta de uso cotidiano, é desconhecido por muitos e as equipes são carentes de experiências que potencializem o seu uso de forma sistemática e compartilhada nos espaços de produção do cuidado em saúde. Desse modo, coloca-se como importante que ações de qualificação da atenção sejam desenvolvidas junto às equipes para o uso do PTS entre outras ferramentas para gestão do cuidado de forma integral e compartilhada.
Abstract
In Brazil, the use and development of health instruments and technologies to guarantee the access to health as a right for all its citizens, as well as the solvability of the different and complex demands observed in the territories represent a key point for the development of Sistema Único de Saúde (SUS) in its fundamental principles in different Brazilian regions. The Singular Therapeutic Project (STP) is a not yet currently incorporated practice into the routine of most health care teams in the basic health attention and it is still poorly widespread and developed, despite its great potential in the construction of new realities, especially with regard to complex cases. Taking this context into consideration, studies in this area are justified in order to shed some light on the realities of these teams in relation to the use of STP as a health care management tool within the Family Health Strategy (FHS). In this sense, this study presents an exploratory qualitative research that sought to investigate how a team of FHS and another one of a Family Health Support Nucleus (FHSN), which supports the team of FHS investigated, use the STP in its territory, with specific objectives of: getting to know the meanings assigned to the notions of Expanded Clinic, Matrix Support and Singular Therapeutic Project by the FHSN and FHS teams’ professionals; identifying how teams communicate and team up for the construction of the STP and for the execution of matrix support; and identifying the potentialities and difficulties experienced by the teams in using STP as a care management tool. For this, the research methodological approach was developed through semi-structured individual interviews and focus groups with the professionals of the teams of a small city of the state Rio Grande do Norte. The data produced by the interviews and the focus groups were organized and categorized based on the content analysis proposed by Bardin (2011). The three axes of analysis were: 1) multiprofessionality, co-responsibility and resolvability; 2) conceptions of STP, difficulties, lack of experience and knowledge about STP; and 3) articulation and planning of actions. In general, the study pointed to the construction of STP as not being a regular practice, being a tool that does not take part in the daily life of the health teams and services in basic health attention, although it is recognized as important for the expansion of actions and solution of the users’ problems. In addition to that, besides the STP is not seen as a tool of daily use, it is unknown by many professionals and the health teams lack experiences that potentialize STP use in a systematic and shared way in the health care production spaces. In this way, it is important that actions towards qualification on health attention for the use of STP are developed together with the teams, among other tools for care management in an integral and shared way.
Linha de Pesquisa
Atenção e Gestão do cuidado em saúde
Ano Defesa
2016
Nucleadora
Instituição
UFRN
UF
RN