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PERCEPÇÕES DE GESTANTES SOBRE SAÚDE BUCAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
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Documento
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2019_UECE_Dissertação_Frederico Nicholas Nobre Oliveira de Sá
A gravidez é um evento especial na vida da mulher, tratando-se de uma experiência carregada de emoções. O estabelecimento de uma boa relação paciente/cirurgião dentista que estimule a franqueza, honestidade e confiança é parte integral do tratamento de sucesso. Apesar dos avanços em relação à atenção odontológica, aponta-se, ainda, alguma dificuldade em torno do tratamento durante o período gestacional, dentre os motivos, inclui-se crenças, receios, desinformação e dificuldade de acesso. O objetivo do presente estudo foi analisar as percepções de gestantes sobre saúde bucal na Atenção Primária à Saúde. Trata-se de um estudo transversal realizado com gestantes em acompanhamento pré-natal nas unidades de saúde da Secretaria Regional VI, município de Fortaleza/CE. A coleta de dados foi realizada por meio de formulário semiestruturado e os dados obtidos foram categorizados no banco de dados do programa Microsoft Office Excel ® versão 2016 e analisados pelo software IBM® SPSS® versão 20.0. A população da pesquisa foi de 357 gestantes, com maior número na fase adulta, 25 a 39 anos, 195 (54,7%), ensino médio completo 170 (47,6%) e 129 (36,1%) com ocupação do lar. Quando questionadas sobre hábitos de higiene bucal, 355 (99,4%) das pesquisadas utiliza a associação escova de dentes e creme dental, a maioria escova os dentes duas vezes por dia 194 (54,3%) nos períodos da manhã, assim que acorda 339 (95%) e antes de dormir 265 (74,2%). Sobre conhecimentos em saúde bucal, 232 (65%) das gestantes não acha que deve cuidar mais dos dentes durante a gestação e 330 (92,5%) não tem medo ou receio de realizar o tratamento odontológico. Ainda, 213 (59,7%) gestantes afirmaram terem sido orientadas pelos profissionais da equipe a procurarem atendimento odontológico, porém 230 (64,4%) das pesquisadas não consideram importante o acompanhamento pelo dentista durante o pré-natal. Muitas gestantes afirmaram não terem tido tratamento odontológico durante esta gestação, correspondendo a 182 (51%) das pesquisadas, sendo a falta de interesse, 89 (48,9%) e o fato de não ter vaga, 43 (23,7%), os principais motivos. Além disso, 159 (46%) das participantes relataram terem tido dificuldades para o agendamento da consulta e 215 (62,1%) não desejam concluir o tratamento odontológico. Vale destacar que houve associação positiva entre o encaminhamento por profissional da equipe e o atendimento odontológico, bem como entre as gestantes que acham importantes o pré-natal odontológico e o desejo de realizar todo o tratamento. Figura como visível a necessidade de discussão do tema, da ampliação das fontes de informação e a realização de um trabalho de promoção em saúde, com ênfase na inteligência coletiva subsidiando a autonomia para o reconhecimento e o enriquecimento mútuo das pessoas. As políticas de saúde e de atenção integral ao pré-natal devem ter como estratégia a qualificação dos profissionais através de uma concreta política de educação permanente que permita o aprimoramento técnico, mas que também assegure momentos de avaliação dos próprios processos de trabalho a fim de estabelecer competências e condutas, a promoção em saúde bucal e a ampliação da oferta de serviços de atenção odontológica à gestante.
Tipo de Documento
Dissertação
Curso
Mestrado
Título
PERCEPÇÕES DE GESTANTES SOBRE SAÚDE BUCAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Autor(a)
Frederico Nicholas Nobre Oliveira de Sá
Orientador(a)
Maria Irismar de Almeida
Palavras-chave
Gestantes. Saúde bucal. Atenção Primária à Saúde.
Resumo
A gravidez é um evento especial na vida da mulher, tratando-se de uma experiência carregada de emoções. O estabelecimento de uma boa relação paciente/cirurgião dentista que estimule a franqueza, honestidade e confiança é parte integral do tratamento de sucesso. Apesar dos avanços em relação à atenção odontológica, aponta-se, ainda, alguma dificuldade em torno do tratamento durante o período gestacional, dentre os motivos, inclui-se crenças, receios, desinformação e dificuldade de acesso. O objetivo do presente estudo foi analisar as percepções de gestantes sobre saúde bucal na Atenção Primária à Saúde. Trata-se de um estudo transversal realizado com gestantes em acompanhamento pré-natal nas unidades de saúde da Secretaria Regional VI, município de Fortaleza/CE. A coleta de dados foi realizada por meio de formulário semiestruturado e os dados obtidos foram categorizados no banco de dados do programa Microsoft Office Excel ® versão 2016 e analisados pelo software IBM® SPSS® versão 20.0. A população da pesquisa foi de 357 gestantes, com maior número na fase adulta, 25 a 39 anos, 195 (54,7%), ensino médio completo 170 (47,6%) e 129 (36,1%) com ocupação do lar. Quando questionadas sobre hábitos de higiene bucal, 355 (99,4%) das pesquisadas utiliza a associação escova de dentes e creme dental, a maioria escova os dentes duas vezes por dia 194 (54,3%) nos períodos da manhã, assim que acorda 339 (95%) e antes de dormir 265 (74,2%). Sobre conhecimentos em saúde bucal, 232 (65%) das gestantes não acha que deve cuidar mais dos dentes durante a gestação e 330 (92,5%) não tem medo ou receio de realizar o tratamento odontológico. Ainda, 213 (59,7%) gestantes afirmaram terem sido orientadas pelos profissionais da equipe a procurarem atendimento odontológico, porém 230 (64,4%) das pesquisadas não consideram importante o acompanhamento pelo dentista durante o pré-natal. Muitas gestantes afirmaram não terem tido tratamento odontológico durante esta gestação, correspondendo a 182 (51%) das pesquisadas, sendo a falta de interesse, 89 (48,9%) e o fato de não ter vaga, 43 (23,7%), os principais motivos. Além disso, 159 (46%) das participantes relataram terem tido dificuldades para o agendamento da consulta e 215 (62,1%) não desejam concluir o tratamento odontológico. Vale destacar que houve associação positiva entre o encaminhamento por profissional da equipe e o atendimento odontológico, bem como entre as gestantes que acham importantes o pré-natal odontológico e o desejo de realizar todo o tratamento. Figura como visível a necessidade de discussão do tema, da ampliação das fontes de informação e a realização de um trabalho de promoção em saúde, com ênfase na inteligência coletiva subsidiando a autonomia para o reconhecimento e o enriquecimento mútuo das pessoas. As políticas de saúde e de atenção integral ao pré-natal devem ter como estratégia a qualificação dos profissionais através de uma concreta política de educação permanente que permita o aprimoramento técnico, mas que também assegure momentos de avaliação dos próprios processos de trabalho a fim de estabelecer competências e condutas, a promoção em saúde bucal e a ampliação da oferta de serviços de atenção odontológica à gestante.
Abstract
Pregnancy is a special event in a woman's life, it is an experience carried with emotions. Institute a good patient/dentist relationship that encourages openness, honesty and trust is an integral part of successful treatment. Despite advances in oral health, there is still some difficulty about pregnant women treatment, among the reasons, we cite beliefs, fears, lack of information and difficulty in access. The study aimed to analyze the perceptions of pregnant women about oral health in Primary Health Care. This is a cross-sectional study conducted with pregnant women undergoing prenatal care at the health centers of the Secretaria Regional VI, Fortaleza /CE. Data collection was performed using a semi-structured form and the data obtained were categorized in the database of the Microsoft Office Excel ® version 2016 and analyzed by the IBM® SPSS® version 20.0. The study population was 357 pregnant women, most of them in adulthood, 25 to 39 years old, 195 (54.7%), complete high school 170 (47.6%) and housewife 129 (36.1%). When asked about oral hygiene habits, 355 (99.4%) of the respondents use the toothbrush and toothpaste association, most brushing their teeth twice a day 194 (54.3%), in the mornings, as well who wakes up 339 (95%) and before bedtime 265 (74.2%). Regarding oral health knowledge, 232 (65%) of pregnant women do not think they should take more care of their teeth during pregnancy and 330 (92.5%) are not afraid of performing dental treatment. However, 213 (59.7%) pregnant women said they were refered by the patient care team to seek dental care, but 230 (64.4%) of the surveyed do not consider the follow-up by the dentist during prenatal care. Many pregnant women were not attended by the dentist during this pregnancy corresponding to 182 (51%) of those surveyed, and the main reasons is lack of interest, 89 (48.9%), and no vacancy, 43 (23.7%), respectively. In addition, 159 (46%) participants reported having difficulty scheduling the dental appointment and 215 (62.1%) do not desire to complete the dental treatment. Emphasizing that there was an positive association between refered by a health personnel and dental care, as well as between pregnant women who think the follow-up by the dentist during prenatal care important and the desire to perform the complete treatment. It is need the discussion about the theme, the expansion of information sources and the implementation of health promotion, with emphasis on collective intelligence, subsidizing autonomy for the recognition and mutual enrichment of people. Health policies and the comprehensive prenatal care should have as a strategy the qualification of health personnels through a concrete policy of continuing education that allows technical improvement, but also ensures moments of evaluation of their work processes in order to establish competences and behaviors, the promotion of oral health and the expansion of the offer of dental care services to pregnant women.
Linha de Pesquisa
Atenção e Gestão do cuidado em saúde
Ano Defesa
2019
Nucleadora
Instituição
UECE
UF
CE