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INSTRUMENTO FRIDA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: RECONHECENDO A VULNERABILIDADE DE MULHERES À VIOLÊNCIA
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Documento
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Monísya Oliveira Ferreira Brandão
A violência pode ser compreendida como uma violação dos direitos humanos, do direito à vida, à saúde e à integridade física, abrange diversas sociedades e persiste ao longo do tempo, sendo de relevância cultural e espessura social. Dentre os grupos acometidos se encontram as mulheres que são atendidas em serviços de saúde. Destaca-se a necessidade de conhecer junto aos profissionais da saúde de nível superior da Estratégia Saúde da Família, sua atuação frente aos casos de violência contra a mulher e ofertar a possibilidade de aplicação do Formulário Nacional de Risco e Proteção à Vida, para identificar mulheres em situação de violência e promover o seguimento adequado. O estudo teve objetivo de analisar o processo de atuação dos profissionais de saúde da família no enfrentamento da violência contra a mulher por meio do instrumento FRIDA no seu cotidiano de trabalho; descrever experiências dos profissionais de nível superior das Equipes de Saúde da Família com o enfrentamento de casos de violência contra a mulher; promover instrumentalização para uso do instrumento FRIDA aos profissionais de saúde por meio de um processo formativo em saúde e compreender a partir dos profissionais de saúde, os mecanismos facilitadores e barreiras para implementação do instrumento FRIDA no contexto de trabalho da Estratégia Saúde da Família. Caracterizado como exploratório, qualitativo e participante, ocorrido em Milagres-Ceará, com a participação de 20 trabalhadores da Estratégia Saúde da Família, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos com Parecer Consubstanciado no 5.274.512. A coleta de dados ocorreu de março a julho de 2022, por meio de entrevistas individuais e grupos focais. Os dados foram processados pelo software Iramuteq e o corpus analisado pelo método da Classificação Hierárquica Descendente. A maior parte dos participantes foram enfermeiro e dentista, com 40% cada; 60% deles possui especialização. Quanto ao tempo de trabalho na Atenção Primária do município, 75% apresenta de um a cinco anos, 35% participou de cursos referentes a violência contra a mulher. Destacou-se que o conhecimento acerca do instrumento era insuficiente e não havia sua aplicação, em relação ao enfrentamento da violência contra a mulher, foram identificados nós tais como o medo da mulher de denunciar o agressor e dos profissionais de saúde em lidar com o tema, a pouca frequência de atividades formativas, a dificuldade de conhecimento da comunidade, a cultura patriarcal e a fragilidade da rede de enfrentamento. Ainda, a falta de denúncia da violência contra a mulher resulta na invisibilidade do problema ou na identificação tardia em serviços de saúde públicos da atenção secundária, dificultando a aplicação do instrumento na Atenção Primária à Saúde. Finalmente, à guisa de conclusão, identificou-se pouca habilidade dos profissionais com o tema ao iniciar aproximação com uso do instrumento e para ajudá-los com este enfrentamento, aponta-se necessária a manutenção de atividades educativas continuadas e em rede.
Tipo de Documento
Dissertação
Curso
Mestrado
Título
INSTRUMENTO FRIDA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: RECONHECENDO A VULNERABILIDADE DE MULHERES À VIOLÊNCIA
Autor(a)
Monísya Oliveira Ferreira Brandão
Orientador(a)
Grayce Alencar Albuquerque
Palavras-chave
Violência contra a mulher. Estratégia Saúde da Família. Formulário Nacional de Risco e Proteção à Vida.
Resumo
A violência pode ser compreendida como uma violação dos direitos humanos, do direito à vida, à saúde e à integridade física, abrange diversas sociedades e persiste ao longo do tempo, sendo de relevância cultural e espessura social. Dentre os grupos acometidos se encontram as mulheres que são atendidas em serviços de saúde. Destaca-se a necessidade de conhecer junto aos profissionais da saúde de nível
superior da Estratégia Saúde da Família, sua atuação frente aos casos de violência contra a mulher e ofertar a possibilidade de aplicação do Formulário Nacional de Risco e Proteção à Vida, para identificar mulheres em situação de violência e promover o seguimento adequado. O estudo teve objetivo de analisar o processo de atuação dos profissionais de saúde da família no enfrentamento da violência contra a mulher por meio do instrumento FRIDA no seu cotidiano de trabalho; descrever experiências dos
profissionais de nível superior das Equipes de Saúde da Família com o enfrentamento de casos de violência contra a mulher; promover instrumentalização para uso do instrumento FRIDA aos profissionais de saúde por meio de um processo formativo em saúde e compreender a partir dos profissionais de saúde, os mecanismos facilitadores e barreiras para implementação do instrumento FRIDA no contexto de trabalho da Estratégia Saúde da Família. Caracterizado como exploratório, qualitativo e participante, ocorrido em Milagres-Ceará, com a participação de 20 trabalhadores da Estratégia Saúde da Família, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos com Parecer Consubstanciado no 5.274.512. A coleta de dados ocorreu de março a julho de 2022, por meio de entrevistas individuais e grupos focais. Os dados foram processados pelo software Iramuteq e o corpus analisado pelo método da
Classificação Hierárquica Descendente. A maior parte dos participantes foram enfermeiro e dentista, com 40% cada; 60% deles possui especialização. Quanto ao tempo de trabalho na Atenção Primária do município, 75% apresenta de um a cinco anos, 35% participou de cursos referentes a violência contra a mulher. Destacou-se que o conhecimento acerca do instrumento era insuficiente e não havia sua aplicação,
em relação ao enfrentamento da violência contra a mulher, foram identificados nós tais como o medo da mulher de denunciar o agressor e dos profissionais de saúde em lidar com o tema, a pouca frequência de atividades formativas, a dificuldade de conhecimento da comunidade, a cultura patriarcal e a fragilidade da rede de enfrentamento. Ainda, a falta de denúncia da violência contra a mulher resulta na invisibilidade do problema ou na identificação tardia em serviços de saúde públicos da atenção secundária, dificultando a aplicação do instrumento na Atenção Primária à Saúde. Finalmente, à guisa de conclusão, identificou-se pouca habilidade dos profissionais com o tema ao iniciar aproximação com uso do instrumento e para ajudá-los com este enfrentamento, aponta-se necessária a manutenção de atividades educativas continuadas e em rede.
Abstract
Violence can be understood as a violation of human rights, the right to life, health and
physical integrity, it encompasses different societies and persists over time, being of
cultural relevance and social depth. Among the affected groups are women who are
treated in health services. It is highlighted the need to know, together with higher-level
health professionals from the Family Health Strategy, their performance in cases of
violence against women and to offer the possibility of applying the National Risk and
Protection to Life Form, to identify women in situations of violence and promote
appropriate follow-up. The study aimed to analyze the process of action of family health
professionals in dealing with violence against women through the FRIDA instrument in
their daily work; to describe the experiences of higher education professionals from the
Family Health Teams in dealing with cases of violence against women; to promote
instruments for the use of the FRIDA instrument for health professionals through a
health training process and to understand, from the point of view of health
professionals, the facilitating mechanisms and barriers for the implementation of the
FRIDA instrument in the work context of the Family Health Strategy. Characterized as
exploratory, qualitative and participatory, it took place in Milagres-Ceará, with the
participation of 20 workers from the Family Health Strategy, approved by the Ethics
Committee in Research with Human Beings with Opinion 5,274,512. Data collection
took place from March to July 2022, through individual interviews and focus groups.
The data were processed by the Iramuteq software and the corpus analyzed by the
Descending Hierarchical Classification method. Most participants were nurses and
dentists, with 40% each; 60% of them have specialization. As for the time of work in
Primary Care in the municipality, 75% have been from one to five years, 35% have
participated in courses on violence against women. It was highlighted that knowledge
about the instrument was insufficient and there was no application, in relation to coping
with violence against women, we identified such as the fear of women to denounce the
aggressor and of health professionals in dealing with the issue , the low frequency of
training activities, the difficulty of getting to know the community, the patriarchal culture
and the fragility of the coping network. Furthermore, the lack of reporting of violence
against women results in the invisibility of the problem or late identification in public
health services of secondary care, making it difficult to apply the instrument in Primary
Health Care. Finally, by way of conclusion, little skill was identified on the part of
professionals with the theme when starting to approach using the instrument and to
help them with this confrontation, it is necessary to maintain continuous and networked
educational activities.
Linha de Pesquisa
Atenção e Gestão do cuidado em saúde
Ano Defesa
2022
Nucleadora
Instituição
URCA
UF
CE