2019_UFPB_Dissertação_Ailma de Souza Barbosa
A Educação Interprofissional em Saúde, consiste em ocasiões nas quais membros de duas ou mais profissões aprendam juntos, de forma interativa, com o propósito explicito de avançar na perspectiva da colaboração, como prerrogativa para a melhoria na qualidade da atenção à saúde. A educação Interprofissional, possui relevância no desenvolvimento de competências colaborativas como pilares para o efetivo trabalho em equipe na produção dos serviços de saúde e promoção do cuidado. Assim, tem se caracterizado como ferramenta para orientar a formação profissional e como uma estratégia capaz de superar a fragmentação do trabalho em saúde no país. O objetivo foi desenvolver uma intervenção com base na problematização e na perspectiva da Educação e do Trabalho Interprofissional, em uma Unidade de Saúde da Família de uma capital do Nordeste brasileiro. Estudo exploratório, com abordagem qualitativa, fundamentado nos pressupostos da pesquisa ação, cujos participantes foram: seis profissionais de uma equipe de saúde da família; dois docentes de uma IES e sete discentes dos cursos de graduação de enfermagem, odontologia e nutrição, no total de 15 pessoas. A pesquisa transcorreu em três etapas, no período de novembro de 2018 a maio de 2019: na primeira etapa, realizou-se um diagnóstico sobre a Educação Interprofissional e as práticas colaborativas no cuidado a criança que já ocorriam na USF, a partir de entrevistas semiestruturadas, as quais foram gravadas, transcritas e analisadas segundo o referencial de Bardin (2016); na segunda etapa, propôs-se atividades que foram realizadas mediante metodologias ativas e participativas, a começar por oficina de sensibilização sobre educação e trabalho interprofissional na atenção primária, que dispararam processos de planejamentos de ações no recorte saúde da criança. As atividades subsequentes foram: planejamento coletivo, trabalho em equipe e intersetorialidade, e duas atividades na USF, no total de cinco encontros, cujos registros da observação participante foram feitos em diário de campo. A terceira e última etapa, avaliação dos encontros da etapa dois, foi realizada com os mesmos 15 participantes das etapas anteriores, por meio de um Grupo Focal, cujas falas foram gravadas, transcritas, e analisadas pelo método da análise temática Bardin (2016). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do CCS/UFPB sob o parecer número: 2.653.580. Observou-se neste cenário iniciativas que estimulam ações que permeiam a Educação Interprofissional, vivenciada por profissionais, docentes e discentes. Os relatos expressam o desejo coletivo de transformar e valorizar as práticas de ensino aprendizagem, qualificar o cuidado na atenção primária e alcançar um trabalho colaborativo efetivo na equipe de saúde, capaz de trazer mudanças na formação profissional. A intervenção favoreceu o (re) encontro entre os sujeitos, a troca de experiência e o aprendizado coletivo, o (re) conhecimento de papeis na equipe, assim como de estudantes e docentes. Constituiu-se como espaço dialógico e participativo de produção de saberes e fazeres em saúde da criança na atenção primária, na perspectiva da EIP e das práticas colaborativas.
FORMAÇÃO EM SAÚDE E INTERPROFISSIONALIDADE: CONTEXTO SAÚDE DA FAMÍLIA
Autor(a)
Ailma de Souza Barbosa
Orientador(a)
Franklin Delano Soares Forte
Palavras-chave
Práticas Interdisciplinares; Relações Interprofissionais; Saúde da Criança; Educação Superior; Saúde da Família.
Resumo
A Educação Interprofissional em Saúde, consiste em ocasiões nas quais membros de duas ou mais profissões aprendam juntos, de forma interativa, com o propósito explicito de avançar na perspectiva da colaboração, como prerrogativa para a melhoria na qualidade da atenção à saúde. A educação Interprofissional, possui relevância no desenvolvimento de competências colaborativas como pilares para o efetivo trabalho em equipe na produção dos serviços de saúde e promoção do cuidado. Assim, tem se caracterizado como ferramenta para orientar a formação profissional e como uma estratégia capaz de superar a fragmentação do trabalho em saúde no país. O objetivo foi desenvolver uma intervenção com base na problematização e na perspectiva da Educação e do Trabalho Interprofissional, em uma Unidade de Saúde da Família de uma capital do Nordeste brasileiro. Estudo exploratório, com abordagem qualitativa, fundamentado nos pressupostos da pesquisa ação, cujos participantes foram: seis profissionais de uma equipe de saúde da família; dois docentes de uma IES e sete discentes dos cursos de graduação de enfermagem, odontologia e nutrição, no total de 15 pessoas. A pesquisa transcorreu em três etapas, no período de novembro de 2018 a maio de 2019: na primeira etapa, realizou-se um diagnóstico sobre a Educação Interprofissional e as práticas colaborativas no cuidado a criança que já ocorriam na USF, a partir de entrevistas semiestruturadas, as quais foram gravadas, transcritas e analisadas segundo o referencial de Bardin (2016); na segunda etapa, propôs-se atividades que foram realizadas mediante metodologias ativas e participativas, a começar por oficina de sensibilização sobre educação e trabalho interprofissional na atenção primária, que dispararam processos de planejamentos de ações no recorte saúde da criança. As atividades subsequentes foram: planejamento coletivo, trabalho em equipe e intersetorialidade, e duas atividades na USF, no total de cinco encontros, cujos registros da observação participante foram feitos em diário de campo. A terceira e última etapa, avaliação dos encontros da etapa dois, foi realizada com os mesmos 15 participantes das etapas anteriores, por meio de um Grupo Focal, cujas falas foram gravadas, transcritas, e analisadas pelo método da análise temática Bardin (2016). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do CCS/UFPB sob o parecer número: 2.653.580. Observou-se neste cenário iniciativas que estimulam ações que permeiam a Educação Interprofissional, vivenciada por profissionais, docentes e discentes. Os relatos expressam o desejo coletivo de transformar e valorizar as práticas de ensino aprendizagem, qualificar o cuidado na atenção primária e alcançar um trabalho colaborativo efetivo na equipe de saúde, capaz de trazer mudanças na formação profissional. A intervenção favoreceu o (re) encontro entre os sujeitos, a troca de experiência e o aprendizado coletivo, o (re) conhecimento de papeis na equipe, assim como de estudantes e docentes. Constituiu-se como espaço dialógico e participativo de produção de saberes e fazeres em saúde da criança na atenção primária, na perspectiva da EIP e das práticas colaborativas.
Abstract
Interprofessional Health Education consists of occasions when members of two or more professions learn together, interactively, with the explicit purpose of advancing the perspective of collaboration, as a prerogative for improving the quality of health care. Interprofessional education has relevance in the development of collaborative skills as pillars for effective teamwork, in the production of health services and promotion of care. Thus, it has been characterized as a tool to guide vocational training and as a strategy capable of overcoming the fragmentation of health work in the country. The objective was to develop an intervention based on the Methodology of Problematization and perspective of Education and Interprofessional Work, in a Family Health Unit of a capital of Northeast of Brazil. Exploratory study with a qualitative approach, based on the assumptions of action research, whose participants were: six professionals from a family health team; two teachers from one university and seven undergraduate nursing, dentistry and nutrition students, totaling fifteen people. The research took place in three stages, from November 2018 to May 2019. In the first stage, a diagnosis was made about both Interprofessional Education and collaborative practices in child care that already occurred in the health care system, through semi-structured interviews which were recorded, transcribed and analyzed according to Bardin's framework (2016). In the second stage, activities that were carried out through active methodologies were proposed, starting with an awareness workshop on education and interprofessional work in primary care, which triggered action planning processes in the health of children. In addition, subsequent activities were: collective planning, teamwork and intersectionality and two activities at the health care unity, in a total of five meetings, whose records of participant observation were made in a field diary. The third and last stage, evaluation of the meetings of stage two, was performed with the same 15 participants from the previous stages, through a Focus Group, whose speeches were recorded, transcribed, and analyzed by the method of thematic analysis Bardin (2016). The project was approved by the Research Ethics Committee of CCS / UFPB under number: 2,653,580. In this scenario there were initiatives that stimulate actions that permeate the Interprofessional Education, experienced by professionals, teachers and students. The reports express the collective desire to transform and value the practices of teaching and learning, qualify care in primary care and achieve effective collaborative work in the health team, capable of bringing about changes in vocational training. The intervention favored the (re) meeting between the subjects, the exchange of experience and collective learning, the (re) knowledge of roles in the team, as well as students and teachers. It was constituted as a dialogical and participatory space for the production of knowledge and practices in child health in primary care, from the perspective of Interprofessional Health Education and collaborative practices.
