DannyloFerreira_Dissertação
A obesidade já é caracterizada como uma epidemia e a preocupação dos órgãos internacionais de saúde com a problemática é pauta frequente e crescente nos fóruns mundiais de saúde da população. O excesso de peso corporal é um dos cinco principais problemas responsáveis pela carga global de adoecimento. Esse cenário tem como causa raiz a transição epidemiológica e nutricional, com importantes impactos na prevalência de doenças. A obesidade é um importante fator relacionado ao grupo de doenças crônicas não transmissíveis, que por sua vez são intimamente relacionadas aos determinantes sociais da saúde. Vulnerabilidades sociais tendem a potencializar esse cenário. A população de quilombola enquanto um grupo de importante vulnerabilidade social necessita ser analisado enquanto alvo dessa carga de adoecimento. Objetivo: Analisar fatores associados ao sobrepeso e obesidade em quilombolas no Estado do Maranhão. Metodologia: Trata-se de um estudo analítico e transversal com abordagem quantitativa. Foi realizado associação das variáveis classificatórias pelo teste não paramétrico de qui-quadrado de independência. As variáveis numéricas em relação à classificação do IMC foram avaliadas pelo teste t de student independente. A avaliação das variáveis independentes das condições sociodemográficas, dos hábitos de vida e das condições de saúde em relação as variáveis dependentes classificação de IMC (normal e sobrepeso/obeso), classificação do CC (normal e Aumentada) e a classificação do RCE (Normal e Aumentada) foi feita pela análise de regressão logística multivariada. Resultados: A população feminina a mais frequente na população quilombola analisada, bem como a faixa etária mais prevalente entre 30-39 anos. Na composição familiar, o número médio de filhos de 2,94. Quanto aos fatores de risco relacionados com a obesidade pela classificação do IMC, foi encontrado um efeito significativo do sexo do indivíduo, consumo de sal, feijão, verdura e carne. Os indivíduos do sexo masculino apresentaram um efeito protetor à obesidade em relação ao sexo feminino. O uso de mais de um indicador antropométrico ofereceu informação adicional para mapear o risco de doenças crônicas não transmissíveis associadas ao sobrepeso, CC e a RCE. Conclusão: Neste estudo foi possível identificar que a prevalência alta alcança de modo contundente também as populações vulneráveis, como os quilombolas, apresentaram altos índices de sobrepeso e obesidade, mais de 50% da população investigada apresentou um aumento do peso para além do IMC padrão. O risco nutricional associado à presença de sobrepeso e obesidade se torna necessário discutir, considerando o momento atual em que a insegurança alimentar se encontra em atual estado de crescimento no Brasil.
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