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EFETIVIDADE DAS INTERVENÇÕES MENSAGEM DE TEXTO E LIGAÇÕES TELEFÔNICAS PARA A MELHORIA DO CUIDADO EM PESSOAS EM ISOLAMENTO POR SÍNDROME GRIPAL.
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Pedro Holanda Souza Neto
O objetivo deste trabalho foi avaliar a efetividade de duas intervenções de suporte aos casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 em isolamento domiciliar: ligação telefônica e envio de mensagens de texto para o telefone do paciente, com informações sobre cuidados domiciliares. A hipótese testada foi que pelo menos uma dessas intervenções seria efetiva para melhor adesão às práticas de cuidados domésticos de pessoas em isolamento, suspeitos ou confirmados de COVID-19 em comparação àquelas que não recebem suporte. Trata-se de um estudo quantitativo, prospectivo e experimental (de intervenção). O formulário de coleta de dados utilizou informações extraídas de um instrumento elaborado com base no Protocolo de Manejo Clínico do Coronavírus na Atenção Primária à Saúde, assim como as informações contidas nas mensangens de texto e nas ligações. Os dados foram coletados em uma Unidade Básica de Saúde do município de Itapiúna, entre os meses de janeiro e abril de 2022, sendo que a coleta abrangeu os procedimentos de avaliação pré-intervenção, pós-intervenção e de intervenção, da seguinte forma: Antes de serem enviados para casa pelos profissionais, os participantes responderam ao instrumento utilizado para avaliar o desfecho. Seguidamente, houve sorteio, onde os participantes foram alocados em grupos de forma aleatória. As intervenções realizadas foram as seguintes: Grupo 1 (n=36) - Envio de dez mensagens de texto, nas 48 horas após o comparecimento à UBS, que tinham como conteúdo transcrições das condutas corretas para isolamento domiciliar; Grupo 2 (n=35) - Uma ligação telefônica realizada no primeiro dia após o comparecimento à UBS, onde foram explicadas as condutas corretas para isolamento. Já o Grupo 3 (n=34) não recebeu intervenção, sendo o grupo controle. A avaliação do desfecho ocorreu por ligação telefônica, no 7º e 14º dias do comparecimento à unidades de saúde. Os dados foram analisados utilizando-se o IBM SPSS Statistics versão 24. Para testar a associação entre duas variáveis qualitativas, foi aplicado o teste quiquadrado de Pearson (X2). Para verificação da normalidade de distribuição de dados das variáveis quantitativas continuas, aplicou-se o teste Kolmogorov-Smirnov (K-S). Para comparação de médias entre os dois grupos, foi utilizado Mann-Whitney U test. Para a comparação dos dados intra grupos (baseline e após 7 e 14 dias), o Wilcoxon test foi utilizado. O desfecho considerado para este estudo foi a quantidade de cuidados domésticos implementados pelos pacientes. Dos participantes, 59% eram do sexo feminino, 6 81,9% tinham entre 19 e 59 anos, 70,5% residiam com mais de uma pessoa, 44,8% afirmou residir com alguém que teve COVID-19 e 41% residia com alguém considerado grupo de risco para COVID-19. A hipercolesterolemia foi a comorbidade mais frequente (21%). Acerca dos cuidados no isolamento domiciliar, antes e após as intervenções nos grupos experimentais, bem como no grupo controle, houve diferença significativa entre os grupos experimentais e o grupo controle. Dos cuidados que apresentaram maior diferença, destacam-se “Higiene das mãos com produtos adequados” (87,6% e p- 0,008) e “Uso de máscara em idas a outros cômodos do domicílio” (85,7% e p- 0,001). Conclui-se mediante os resultados obtidos, que as intervenções propostas (envio de mensagens de texto e ligações) são efetivas para a melhora dos cuidados no isolamento domiciliar dos pacientes, provocando não só o cuidado do paciente, mas daqueles que residem no mesmo domicílio. Além disso, as intervenções podem contribuir para que os pacientes sejam disseminadores de boas práticas, ao passo que adotar tais práticas pode influenciar terceiros a incorpora-las.
Tipo de Documento
Dissertação
Curso
Mestrado
Título
EFETIVIDADE DAS INTERVENÇÕES MENSAGEM DE TEXTO E LIGAÇÕES TELEFÔNICAS PARA A MELHORIA DO CUIDADO EM PESSOAS EM ISOLAMENTO POR SÍNDROME GRIPAL.
Autor(a)
Pedro Holanda Souza Neto
Orientador(a)
PATRICIA FREIRE DE VASCONCELOS
Palavras-chave
COVID-19
Resumo
O objetivo deste trabalho foi avaliar a efetividade de duas intervenções de suporte aos casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 em isolamento domiciliar: ligação telefônica e envio de mensagens de texto para o telefone do paciente, com informações sobre cuidados domiciliares. A hipótese testada foi que pelo menos uma dessas intervenções seria efetiva para melhor adesão às práticas de cuidados domésticos de pessoas em isolamento, suspeitos ou confirmados de COVID-19 em comparação àquelas que não recebem suporte. Trata-se de um estudo quantitativo, prospectivo e experimental (de intervenção). O formulário de coleta de dados utilizou informações extraídas de um instrumento elaborado com base no Protocolo de Manejo Clínico do Coronavírus na Atenção Primária à Saúde, assim como as informações contidas nas mensangens de texto e nas ligações. Os dados foram coletados em uma Unidade Básica de Saúde do município de Itapiúna, entre os meses de janeiro e abril de 2022, sendo que a coleta abrangeu os procedimentos de avaliação pré-intervenção, pós-intervenção e de intervenção, da seguinte forma: Antes de serem enviados para casa pelos profissionais, os participantes responderam ao instrumento utilizado para avaliar o desfecho. Seguidamente, houve sorteio, onde os participantes foram alocados em grupos de forma aleatória. As intervenções realizadas foram as seguintes: Grupo 1 (n=36) - Envio de dez mensagens de texto, nas 48 horas após o comparecimento à UBS, que tinham como conteúdo transcrições das condutas corretas para isolamento domiciliar; Grupo 2 (n=35) - Uma ligação telefônica realizada no primeiro dia após o comparecimento à UBS, onde foram explicadas as condutas corretas para isolamento. Já o Grupo 3 (n=34) não recebeu intervenção, sendo o grupo controle. A avaliação do desfecho ocorreu por ligação telefônica, no 7º e 14º dias do comparecimento à unidades de saúde. Os dados foram analisados utilizando-se o IBM SPSS Statistics versão 24. Para testar a associação entre duas variáveis qualitativas, foi aplicado o teste quiquadrado de Pearson (X2). Para verificação da normalidade de distribuição de dados das variáveis quantitativas continuas, aplicou-se o teste Kolmogorov-Smirnov (K-S). Para comparação de médias entre os dois grupos, foi utilizado Mann-Whitney U test. Para a comparação dos dados intra grupos (baseline e após 7 e 14 dias), o Wilcoxon test foi utilizado. O desfecho considerado para este estudo foi a quantidade de cuidados domésticos implementados pelos pacientes. Dos participantes, 59% eram do sexo feminino, 6 81,9% tinham entre 19 e 59 anos, 70,5% residiam com mais de uma pessoa, 44,8% afirmou residir com alguém que teve COVID-19 e 41% residia com alguém considerado grupo de risco para COVID-19. A hipercolesterolemia foi a comorbidade mais frequente (21%). Acerca dos cuidados no isolamento domiciliar, antes e após as intervenções nos grupos experimentais, bem como no grupo controle, houve diferença significativa entre os grupos experimentais e o grupo controle. Dos cuidados que apresentaram maior diferença, destacam-se “Higiene das mãos com produtos adequados” (87,6% e p- 0,008) e “Uso de máscara em idas a outros cômodos do domicílio” (85,7% e p- 0,001). Conclui-se mediante os resultados obtidos, que as intervenções propostas (envio de mensagens de texto e ligações) são efetivas para a melhora dos cuidados no isolamento domiciliar dos pacientes, provocando não só o cuidado do paciente, mas daqueles que residem no mesmo domicílio. Além disso, as intervenções podem contribuir para que os pacientes sejam disseminadores de boas práticas, ao passo que adotar tais práticas pode influenciar terceiros a incorpora-las.
Abstract
The objective of this study was to evaluate the effectiveness of two support interventions for suspected or confirmed cases of COVID-19 in home isolation: telephone calls and sending text messages to the patient's phone, with information about home care. The hypothesis tested was that at least one of these interventions would be effective for better adherence to home care practices of people in isolation, suspected or confirmed of COVID-19 compared to those who do not receive support. This is a quantitative, prospective and experimental (intervention) study. The data collection form used information extracted from an instrument based on the Clinical Management Protocol for the Coronavirus in Primary Health Care, as well as the information contained in the text messages and calls. Data were collected in a Basic Health Unit in the city of Itapiúna, between January and April 2022, and the collection covered the pre-intervention, post-intervention and intervention evaluation procedures, as follows: Before after being sent home by the professionals, the participants responded to the instrument used to assess the outcome. Then, there was a draw, where the participants were randomly allocated into groups. The interventions carried out were as follows: Group 1 (n=36) - Sending ten text messages, within 48 hours after attending the BHU, which contained transcripts of the correct conduct for home isolation; Group 2 (n=35) - A telephone call made on the first day after attending the UBS, where the correct conduct for isolation was explained. Group 3 (n=34) received no intervention, being the control group. The outcome assessment took place by telephone call, on the 7th and 14th days of attendance at the health units. Data were analyzed using IBM SPSS Statistics version 24. To test the association between two qualitative variables, Pearson's chi-square test (X2) was applied. To verify the normality of data distribution of continuous quantitative variables, the KolmogorovSmirnov test (K-S) was applied. To compare means between the two groups, the Mann-Whitney U test was used. For intragroup data comparison (baseline and after 7 and 14 days), the Wilcoxon test was used. The outcome considered for this study was the amount of home care implemented by patients. Of the participants, 59% were female, 81.9% were between 19 and 59 years old, 70.5% lived with more than one person, 44.8% said they lived with someone who had COVID-19 and 41% lived with someone considered a risk group for COVID-19. Hypercholesterolemia was the most frequent comorbidity (21%). Regarding home isolation care, before and after 8 interventions in the experimental groups, as well as in the control group, there was a significant difference between the experimental groups and the control group. Of the care that showed the greatest difference, “Hand hygiene with appropriate products” (87.6% and p- 0.008) and “Use of a mask when going to other rooms in the household” (85.7% and p- 0.001) stand out. ). It is concluded from the results obtained that the proposed interventions (sending text messages and calls) are effective in improving care in patients' home isolation, causing not only the care of the patient, but of those who live in the same household. In addition, interventions can contribute to patients being disseminators of good practices, while adopting such practices can influence others to incorporate them.
Linha de Pesquisa
Atenção e Gestão do cuidado em saúde
Ano Defesa
2023
Nucleadora
Instituição
UECE
UF
CE