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COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS DOS TRABALHADORES DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: AVALIAÇÃO E PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
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Oséias Soares Pereira
Diante das exigências do cenário atual em saúde, o desenvolvimento de competências socioemocionais (CSE) condizentes com o que o ambiente profissional exige, torna-se urgente. Acredita-se, que as CSE possam aprimorar o desenvolvimento profissional e humano, proporcionar o cuidado humanizado, a melhoria da satisfação dos usuários do SUS e promover melhor desempenho das funções inerentes aos profissionais da ESF, fortalecendo as relações interpessoais. Diante deste contexto, este estudo propõe avaliar as competências socioemocionais dos trabalhadores da Estratégia de Saúde da Família e identificar programas de desenvolvimento de CSE. Trata-se de uma pesquisa do tipo exploratório-descritiva, de cunho quantitativo. A coleta das informações se deu por meio do Google Formulário com 264 trabalhadores respondentes nos 23 Centros de Saúde da Família da sede do município de Sobral. A análise dos dados foi feita a partir da análise estatística descritiva, com o auxílio do software PSPP, para a tabulação e processamento dos dados. Esta pesquisa integra um projeto maior, intitulado: Competências socioemocionais na Formação em Saúde: do diagnóstico à construção de um programa de intervenção, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com o número 5.255.261. No processo de resultado e análise, foram identificados que dos 264 trabalhadores participantes, 206 (78%) são do sexo feminino e 58 (22%) são do sexo masculino; 51(19,31%) têm entre 30 e 34 anos e 45 (17,4%) estão entre 25 e 29 anos. As faixas de idade menos presentes são os trabalhadores entre 55 e 64 anos, com 13 (4,78%) entre 55 e 59 anos e 13 (4,78%) entre 60 e 64 anos. Com relação à escolaridade dos participantes da pesquisa, 96 (36,4%) dos trabalhadores possuem o ensino médio, já 77 trabalhadores (29,2%) têm especialização, inclusive em Saúde da Família, em sua maioria. Apenas 8 (3%) trabalhadores têm mestrado, 10 (3,8%) possuem apenas o ensino fundamental e nenhum cursou doutorado. Sobre o tempo de atuação na Estratégia de Saúde da Família, 93 (35,2%) trabalhadores atuam há mais de 10 anos. Em contraponto, 75 (28,4%) trabalhadores exercem suas funções na ESF há menos de um ano a dois anos. Já 50 (18,9%) trabalhadores têm cinco a 10 anos de atuação, seguidos de 46 (17,4%) trabalhadores que atuam entre dois e cinco anos. Sobre o mapeamento das CSE constatou-se que os trabalhadores apresentam média de 4,28 de desenvolvimento da macrocompetência de autogestão, significando uma competência muito desenvolvida, de acordo com as autopercepções. Já em relação às demais macrocompetências as médias variaram entre 3,96 para amabilidade, 3,88 para resiliência emocional, 3,80 para abertura ao novo e 3,40 para engajamento com os outros. Considerando este resultado, o programa de educação permanente deve estar direcionado, sobretudo para a promoção da macrocompetência: Extroversão e Engajamento com os outros. O desenvolvimento de CSE é prerrogativa para uma atuação em saúde que atenda às necessidades dos cidadãos no contexto da Atenção Primária à Saúde, além de ser fator de proteção à saúde física e emocional dos profissionais da área, daí a importância de implementar programas de promoção de CSE.
Tipo de Documento
Dissertação
Curso
Mestrado
Título
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS DOS TRABALHADORES DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: AVALIAÇÃO E PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
Autor(a)
Oséias Soares Pereira
Orientador(a)
Maristela Inês Osawa Vasconcelos
Palavras-chave
Humanização da Atenção à Saúde; Estratégia de Saúde da Família; Competências Socioemocionais; Trabalho em equipe.
Resumo
Diante das exigências do cenário atual em saúde, o desenvolvimento de
competências socioemocionais (CSE) condizentes com o que o ambiente
profissional exige, torna-se urgente. Acredita-se, que as CSE possam aprimorar o desenvolvimento profissional e humano, proporcionar o cuidado humanizado, a melhoria da satisfação dos usuários do SUS e promover melhor desempenho das funções inerentes aos profissionais da ESF, fortalecendo as relações interpessoais. Diante deste contexto, este estudo propõe avaliar as competências socioemocionais
dos trabalhadores da Estratégia de Saúde da Família e identificar programas de desenvolvimento de CSE. Trata-se de uma pesquisa do tipo exploratório-descritiva, de cunho quantitativo. A coleta das informações se deu por meio do Google Formulário com 264 trabalhadores respondentes nos 23 Centros de Saúde da Família da sede do município de Sobral. A análise dos dados foi feita a partir da análise estatística descritiva, com o auxílio do software PSPP, para a tabulação e processamento dos dados. Esta pesquisa integra um projeto maior, intitulado: Competências socioemocionais na Formação em Saúde: do diagnóstico à construção de um programa de intervenção, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com o número 5.255.261. No processo de resultado e análise, foram identificados que dos 264 trabalhadores participantes, 206 (78%) são do sexo feminino e 58 (22%) são do sexo masculino; 51(19,31%) têm entre 30 e 34 anos e 45 (17,4%) estão entre 25 e 29 anos. As faixas de idade menos presentes são os trabalhadores entre 55 e 64 anos, com 13 (4,78%) entre 55 e 59 anos e 13 (4,78%) entre 60 e 64 anos. Com relação à escolaridade dos participantes da pesquisa, 96 (36,4%) dos trabalhadores possuem o ensino médio, já 77 trabalhadores (29,2%) têm especialização, inclusive em Saúde da Família, em sua maioria. Apenas 8 (3%) trabalhadores têm mestrado, 10 (3,8%) possuem apenas o ensino fundamental e nenhum cursou doutorado. Sobre o tempo de atuação na Estratégia de Saúde da Família, 93 (35,2%) trabalhadores atuam há mais de 10 anos. Em contraponto, 75 (28,4%) trabalhadores exercem suas funções na ESF há menos de um ano a dois anos. Já 50 (18,9%) trabalhadores têm cinco a 10 anos de atuação, seguidos de 46 (17,4%) trabalhadores que atuam entre dois e cinco anos. Sobre o mapeamento das CSE constatou-se que os trabalhadores apresentam média de 4,28 de desenvolvimento da macrocompetência de autogestão, significando uma competência muito desenvolvida, de acordo com as autopercepções. Já em relação às demais macrocompetências as médias variaram entre 3,96 para amabilidade, 3,88 para resiliência emocional, 3,80 para abertura ao novo e 3,40 para engajamento com os outros. Considerando este resultado, o programa de educação permanente deve estar direcionado, sobretudo para a promoção da macrocompetência: Extroversão e Engajamento com os outros. O desenvolvimento de CSE é prerrogativa para uma atuação em saúde que atenda às necessidades dos cidadãos no contexto da Atenção Primária à Saúde, além de ser fator de proteção à saúde física e emocional dos profissionais da área, daí a importância de implementar programas de promoção de CSE.
Abstract
Faced with the demands of the current health scenario, the development of socio-emotional skills (CSE) consistent with what the professional environment requires, becomes urgent. It is believed that the CSE can improve professional and human development, provide humanized care, improve the satisfaction of SUS users and promote better performance of the functions inherent to FHS professionals, strengthening interpersonal relationships. Given this context, this study proposes to evaluate the socio-emotional skills of workers in the Family Health Strategy and to
identify programs for the development of CSE. This is an exploratory-descriptive research, of a quantitative nature. Information was collected using the Google Form with 264 workers responding in the 23 Family Health Centers in the city of Sobral. Data analysis was performed based on descriptive statistical analysis, with the help of the PSPP software for data tabulation and processing. This research is part of a larger project, entitled: Socio-emotional competences in Health Education: from diagnosis to the construction of an intervention program, approved by the Research
Ethics Committee under number 5,255,261. In the process of result and analysis, it was identified that of the 264 participating workers, 206 (78%) are female and 58 (22%) are male. 51(19.31%) are between 30 and 34 years old and 45 (17.4%) are between 25 and 29 years old. The least present age groups are workers between 55 and 64 years old, with 13 (4.78%) between 55 and 59 years old and 13 (4.78%) between 60 and 64 years old. Regarding the education of the research participants, 96 (36.4%) of the workers have completed high school, while 77 workers (29.2%) have specialization, including in Family Health, for the most part. Only 8 (3%) workers have a master's degree, 10 (3.8%) have only elementary education and
none have a doctorate. About the time working in the Family Health Strategy, 93 (35.2%) workers have been working for more than 10 years. In contrast, 75 (28.4%) workers have performed their functions in the ESF for less than one year to two years. 50 (18.9%) workers have been working for five to 10 years, followed by 46 (17.4%) workers who have been working for between two and five years. Regarding the mapping of CSE, it was found that the workers have an average of 4.28 in the development of self-management macro competence, meaning a very developed competence, according to self-perceptions. In relation to the other macro competences, the averages varied between 3.96 for kindness, 3.88 for emotional resilience, 3.80 for openness to new things and 3.40 for engagement with others. Considering this result, the permanent education program must be directed above all to the promotion of macro-competence: Extroversion and Engagement with others.
The development of CSE is a prerogative for a health action that meets the needs of citizens in the context of Primary Health Care, in addition to being a protective factor for the physical and emotional health of professionals in the area, hence the importance of implementing health promotion programs CSE.
Linha de Pesquisa
Educação na Saúde
Ano Defesa
2023
Nucleadora
Instituição
UVA
UF
CE