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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM PESSOAS COM DOENÇAS CARDIOMETABÓLICAS PÓS-COVID-19
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Documento
Tipo de Documento
Dissertação
Curso
Mestrado
Título
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM PESSOAS COM DOENÇAS CARDIOMETABÓLICAS PÓS-COVID-19
Autor(a)
Luciana Carvalho de Albuquerque
Orientador(a)
Lívia Moreira Barros
Palavras-chave
Doenças cardiometabólicas; COVID-19; Promoção da Saúde; Indicadores de Qualidade de Vida; Atenção primária à saúde.
Resumo
Com o surgimento da COVID-19, estudos evidenciaram correlação entre a piora do prognóstico da COVID-19 com doenças cardiometabólicas bem como maior risco de hospitalização, necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva e evolução à óbito. Contudo, as complicações relativas às doenças cardiometabólicas em associação com a COVID-19 não se restringem ao período de vigência da doença. Diversas complicações podem surgir mesmo após a cura e/ou alta hospitalar com comprometimento da qualidade de vida e necessidade de suporte da equipe multiprofissional. Diante do exposto, qual o impacto na qualidade de vida de pessoas
com doenças cardiometabólicas após COVID-19? O estudo teve como objetivo avaliar, em pessoas com doenças cardiometabólicas, a qualidade de vida após adoecimento por COVID-19; identificar o perfil sociodemográfico das pessoas acometidas pela COVID-19 nas áreas de vulnerabilidade da Coordenadoria Regional de Saúde II de Fortaleza; verificar a associação de
variáveis demográficas, sociais e clínicas com a qualidade de vida; comparar a qualidade de vida entre homens e mulheres com doenças cardiometabólicas após COVID-19. Trata-se de estudo descritivo e transversal com abordagem quantitativa realizada em Fortaleza-CE. A amostra não probabilística foi de 287 participantes acompanhados pelas equipes de estratégia de saúde da família. Para coleta de dados, o instrumento foi dividido em quatro partes: a) Dados clínico-epidemiológicos; b) Adesão ao tratamento não medicamentoso; c) Adesão do paciente ao tratamento medicamentoso e d) Avaliação da Qualidade de vida. Para a análise estatística foi utilizado o software IBM SPSS Statistics versão 25. Foi utilizado o teste binomial e de Mann Whitney para comparar proporções e médias entre homens e mulheres. O projeto guarda-chuva foi submetido e aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (CAAE 37047620.1.0000.5576). Foi evidenciado no estudo predominância de pessoas com doenças cardiometabólicas do sexo feminino e menor
nível de instrução. A maioria dos pacientes apresentou sintomas moderados como gripe com dor de cabeça, perda de olfato, tosse, rouquidão, perda de apetite e febre, não sendo necessária internação hospitalar para tratamento da COVID-19. Na avaliação da qualidade de vida pelo EQ-5D, verificou-se diferença estatisticamente significante nos domínios mobilidade
(p=0,055), dor e mal-estar (0,001) e ansiedade (0,002) em que mulheres apresentaram piores escores. Ao avaliar os domínios de qualidade de vida do SF-12, evidenciou-se que, apesar de ambos os grupos apresentarem a mesma média de escores na escala, existem diferenças entre os sexos nos domínios. Mulheres apresentam piores escores, com significância estatística, nos
aspectos como dor (p=0,000), calmaria (p=0,034) e vitalidade (p=0,000). Enquanto que os homens tiveram domínios mais baixos de qualidade de vida relacionados à capacidade funcional para desempenhar atividade (p=0,055) e subir escadas (p=0,002), dificuldades no trabalho (p=0,000), desânimo (p=0,000) e sociabilidade (p=0,000). A Atenção Primária à Saúde
teve e tem papel fundamental no enfrentamento da COVID-19. Como coordenadora do cuidado deve garantir o acesso aos serviços de saúde, a integralidade e a longitudinalidade do cuidado com o estabelecimento de vínculo familiar das equipes com a sua população adscrita.
Considera-se essencial conhecer o impacto na qualidade de vida das pessoas que possuem doenças cardiometabólicas após a COVID-19 para nortear o planejamento das ações de intervenção pelas equipes de saúde da família.
Abstract
With the emergence of COVID-19, studies have shown a correlation between the worsening of the prognosis of COVID-19 and cardiometabolic diseases, as well as a higher risk of hospitalization, need for admission to the Intensive Care Unit and evolution to death. However, complications related to cardiometabolic diseases in association with COVID-19 are not
restricted to the duration of the disease. Several complications can arise even after healing and/or hospital discharge, with compromised quality of life and need for support from the multidisciplinary team. Given the above, what is the impact on the quality of life of people with cardiometabolic diseases after COVID-19? The study aimed to evaluate, in people with cardiometabolic diseases, the quality of life after illness by COVID-19; identify the
sociodemographic profile of people affected by COVID-19 in the vulnerable areas of the Regional Health Coordination II of Fortaleza; verify the association of demographic, social and clinical variables with quality of life; to compare the quality of life between men and women with cardiometabolic diseases after COVID-19. This is a descriptive and cross-sectional study
with a quantitative approach carried out in Fortaleza-CE. The non-probabilistic sample consisted of 287 participants monitored by the family health strategy teams. For data collection, the instrument was divided into four parts: a) Clinical-epidemiological data; b) Adherence to non-drug treatment; c) Patient adherence to drug treatment and d) Quality of life assessment.
For the statistical analysis, the IBM SPSS Statistics software, version 25, was used. The binomial and Mann Whitney tests were used to compare proportions and means between men and women. The umbrella project was submitted and approved by the Research Ethics Committee of the Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
(CAAE 37047620.1.0000.5576). The study showed a predominance of people with cardiometabolic diseases who were female and had a lower level of education. Most patients had moderate symptoms such as flu with headache, loss of smell, cough, hoarseness, loss of appetite and fever, with no need for hospitalization for the treatment of COVID-19. In assessing quality of life using the EQ-5D, there was a statistically significant difference in the mobility
(p=0.055), pain and discomfort (0.001) and anxiety (0.002) domains, in which women had worse scores. When evaluating the SF-12 quality of life domains, it was evident that, although both groups had the same mean scores on the scale, there were differences between genders in the domains. Women have worse scores, with statistical significance, in aspects such as pain
(p=0.000), calmness (p=0.034) and vitality (p=0.000). While men had lower quality of life domains related to the functional capacity to perform activities (p=0.055) and climb stairs (p=0.002), difficulties at work (p=0.000), discouragement (p=0.000) and sociability (p=0.000).
Primary Health Care played and plays a key role in coping with COVID-19. As a care coordinator, she must ensure access to health services, the comprehensiveness and longitudinality of care with the establishment of a family bond between the teams and their enrolled population. It is considered essential to know the impact on the quality of life of people who have diseases cardiometabolic conditions after COVID-19 to guide the planning of
intervention actions by family health teams.
Linha de Pesquisa
Promoção da Saúde
Ano Defesa
2023
Nucleadora
Instituição
FIOCRUZ
UF
CE