2022_UFRN_Ylana Laíne Medeiros Lourenço Palhares
A assistência ao pré-natal visa assegurar o desenvolvimento saudável da gestação e possibilitar o nascimento de um bebê saudável. A qualidade dessa assistência tem papel determinante na mortalidade materna e neonatal. Nesta perspectiva, processos avaliativos da qualidade em serviços de saúde são necessários e importantes para identificar fragilidades e elencar propostas para a tomada de decisão da gestão e dos profissionais. Inserido nesta temática, o presente estudo objetivou avaliar a qualidade da assistência pré-natal no município de Tangará/RN. Trata-se de um estudo avaliativo do tipo normativo e de corte transversal, com abordagem quanti-qualitativa, como base em entrevistas semiestruturadas com 11 profissionais das unidades de saúde da família e 21 usuárias que pariram entre os meses de outubro a dezembro de 2021. Também foram coletadas informações a partir da observação sistemática das unidades e das cadernetas das gestantes. A coleta de dados ocorreu nos meses de janeiro a março de 2022. Nesse estudo, a avaliação da qualidade da assistência pré-natal se deu por meio de um índice baseado na tríade Donabedian “estrutura-processo-resultado” que classifica o pré-natal em quatro categorias (adequado superior, quando há 100% de adequação; adequado, quando os itens adequados representam 75% ou mais; intermediário, de 51 a 74% de respostas adequadas; e, inadequado, quando 50% ou menos das respostas são adequadas). A análise de dados se deu através do software SPSS e análise de conteúdo. A classificação do pré-natal foi categorizada como intermediária para a adequabilidade do pré-natal, mostrando fragilidades. Os componentes “processo” e “resultados” foram os que mais se destacaram quanto aos aspectos de fragilidades. O componente “estrutura” demonstrou fragilidades na garantia do acesso dos exames básicos preconizados para o acompanhamento do pré-natal. No tocante ao “processo”, foram observados a baixa cobertura de gestantes cumprindo as metas do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento, a baixa realização dos procedimentos clínicos-obstétricos pelos profissionais para avaliação da saúde materna-fetal, baixa atuação multiprofissional e a baixa realização de atividades educativas voltadas para as gestantes. No componente “resultados” evidenciou-se fragilidades nas orientações realizadas às gestantes, bem como a garantia, por parte da rede de serviço, do acesso e acessibilidade aos serviços de referência, no caso de pré-natais de alto risco. As fragilidades encontradas pelo índice baseado na tríade, corroborou com os resultados obtidos pelas entrevistas realizadas com os profissionais e usuárias. Portanto, urge a necessidade de que esses aspectos sejam considerados para o planejamento e desenvolvimento das ações voltadas para a saúde materno-infantil especificamente no cuidado pré-natal da atenção primária à saúde, uma vez que, esses aspectos interferiram diretamente na adequação e qualidade da assistência pré-natal de risco habitual no município pesquisado.
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