Priscilla Rolim Mendonça
Objetivou-se analisar fatores relacionados à qualidade de vida e à saúde bucal autopercebida de idosos durante a pandemia por COVID-19. Trata-se de um estudo transversal descritivo com abordagem quantitativa, desenvolvida com 101 idosos cadastrados na área de
abrangência da UBS José Gomes da Silva Zumbi, localizada em Horizonte, Ceará, de junho a agosto de 2022. Foi aplicado o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) para rastreio cognitivo dos idosos, como critério de inclusão. Para a coleta de dados foram utilizados o
formulário de entrevista estruturado contendo dados sociodemográficos, de saúde geral e bucal, o instrumento WHOQOL-Bref para avaliar a qualidade de vida e o GOHAI para conhecer a saúde bucal autopercebida dos idosos. Para análise utilizou-se estatística descritiva, por meio de frequências absoluta e relativa, média (c), e desvio padrão (S), e estatística inferencial, através de testes ANOVA, teste T de Student e teste t de Welch, para investigar associações entre as variáveis descritivas e os questionários aplicados no estudo. A amostra revelou média de idade de 68,1 anos, predominância do sexo feminino (57,4%), 3 anos de estudo, edêntulos totais (65,35%), sem acesso à consulta odontológica durante a pandemia (62,4%). O índice GOHAI (31,5) obtido da amostra caracteriza uma autopercepção de saúde bucal moderada. Os resultados do WHOQOL-Bref, a avaliação da qualidade de vida (3,71), a satisfação com a saúde (3,54) e os escores para os domínios físico (3,14), psicológico (3,94) e meio ambiente (3,87) foram regulares. Apenas o domínio relações sociais (4,03) foi avaliado como bom. Verificou-se uma associação significativa entre os escores do GOHAI e presença de problemas dentários (p=0,001), condição bucal atual igual ou pior a antes da pandemia (p=0,007) e autopercepção de saúde bucal boa ou ruim (p=0,006). Correlação negativa significante também foi observada entre os domínios do WHOQOL-Bref e as variáveis “xerostomia” (p=0,01) e “diabetes mellitus” (p=0,006). Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre a COVID-19 e os escores do GOHAI e os domínios do WHOQOL-Bref. Sugere-se a implementação de programas de educação em saúde para idosos com ações e estratégias voltadas para a melhoria da saúde bucal e qualidade de vida, a fim de que possibilitem uma melhor percepção acerca do seu estado e maior
inclusão desse grupo etário no sistema de saúde.
QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE BUCAL AUTOPERCEBIDA EM IDOSOS DURANTE A PANDEMIA POR COVID-19
Autor(a)
Priscilla Rolim Mendonça
Orientador(a)
Paula Sacha Frota Nogueira
Palavras-chave
Qualidade de Vida. Saúde Bucal. Idosos. COVID-19.
Resumo
Objetivou-se analisar fatores relacionados à qualidade de vida e à saúde bucal autopercebida de idosos durante a pandemia por COVID-19. Trata-se de um estudo transversal descritivo com abordagem quantitativa, desenvolvida com 101 idosos cadastrados na área de
abrangência da UBS José Gomes da Silva Zumbi, localizada em Horizonte, Ceará, de junho a agosto de 2022. Foi aplicado o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) para rastreio cognitivo dos idosos, como critério de inclusão. Para a coleta de dados foram utilizados o
formulário de entrevista estruturado contendo dados sociodemográficos, de saúde geral e bucal, o instrumento WHOQOL-Bref para avaliar a qualidade de vida e o GOHAI para conhecer a saúde bucal autopercebida dos idosos. Para análise utilizou-se estatística descritiva, por meio de frequências absoluta e relativa, média (c), e desvio padrão (S), e estatística inferencial, através de testes ANOVA, teste T de Student e teste t de Welch, para investigar associações entre as variáveis descritivas e os questionários aplicados no estudo. A amostra revelou média de idade de 68,1 anos, predominância do sexo feminino (57,4%), 3 anos de estudo, edêntulos totais (65,35%), sem acesso à consulta odontológica durante a pandemia (62,4%). O índice GOHAI (31,5) obtido da amostra caracteriza uma autopercepção de saúde bucal moderada. Os resultados do WHOQOL-Bref, a avaliação da qualidade de vida (3,71), a satisfação com a saúde (3,54) e os escores para os domínios físico (3,14), psicológico (3,94) e meio ambiente (3,87) foram regulares. Apenas o domínio relações sociais (4,03) foi avaliado como bom. Verificou-se uma associação significativa entre os escores do GOHAI e presença de problemas dentários (p=0,001), condição bucal atual igual ou pior a antes da pandemia (p=0,007) e autopercepção de saúde bucal boa ou ruim (p=0,006). Correlação negativa significante também foi observada entre os domínios do WHOQOL-Bref e as variáveis “xerostomia” (p=0,01) e “diabetes mellitus” (p=0,006). Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre a COVID-19 e os escores do GOHAI e os domínios do WHOQOL-Bref. Sugere-se a implementação de programas de educação em saúde para idosos com ações e estratégias voltadas para a melhoria da saúde bucal e qualidade de vida, a fim de que possibilitem uma melhor percepção acerca do seu estado e maior
inclusão desse grupo etário no sistema de saúde.
Abstract
The aim of this study was to analyze factors related to the quality of life and self-perceived oral health of the elderly during the COVID-19 pandemic. This is a descriptive cross-sectional study with a quantitative approach, developed with 101 elderly people registered in the area
covered by the UBS José Gomes da Silva Zumbi, located in Horizonte, Ceará, from June to August 2022. The Mini Mental State Exam was applied (MMSE) for cognitive screening of the elderly, as an inclusion criterion. For data collection, a structured interview form
containing sociodemographic, general and oral health data, the WHOQOL-Bref instrument to assess quality of life and the GOHAI to know the self-perceived oral health of the elderly were used. Descriptive statistics were used for analysis, through absolute and relative frequencies, mean (c), and standard deviation (S), and inferential statistics, through ANOVA tests, Student's t test and Welch's t test, to investigate associations between the descriptive variables and the questionnaires applied in the study. The sample revealed a mean age of 68.1 years, female predominance (57.4%), 3 years of study, total edentulous (65.35%), no access to dental consultation during the pandemic (62.4%). The GOHAI index (31.5) obtained from the sample characterizes a moderate self-perception of oral health. The WHOQOL-Bref
results, the assessment of quality of life (3.71), satisfaction with health (3.54) and scores for the physical (3.14), psychological (3.94) and environment domains environment (3.87) were regular. Only the social relationships domain (4.03) was evaluated as good. There was a
significant association between GOHAI scores and the presence of dental problems (p=0.001), current oral condition equal to or worse than before the pandemic (p=0.007) and self-perception of good or poor oral health (p=0.006). A significant negative correlation was also observed between the WHOQOL-Bref domains and the variables “xerostomia” (p=0.01) and “diabetes mellitus” (p=0.006). No statistically significant differences were found between COVID-19 and GOHAI scores and WHOQOL-Bref domains. It is suggested the implementation of health education programs for the elderly with actions and strategies aimed at improving oral health and quality of life, in order to enable a better perception of their status and greater inclusion of this age group in the health care system. health.
